Pandemia não está no ‘finalzinho’

Por mais que o presidente Jair Bolsonaro tenha afirmado, ainda em dezembro, que o Brasil estava vivendo naquele momento o ‘finalzinho da pandemia’, a realidade é bem diferente. Todos os dias, infelizmente, centenas de brasileiros perdem suas vidas para o novo coronavírus. Neste mês de janeiro especialmente o número de casos tem aumentado consideravelmente, reflexo direto do comportamento das pessoas nas festas de fim de ano, promovendo aglomerações.

É por essas e outras razões que causa repúdio na sociedade decisões como a do Rio de Janeiro, que na terça-feira (12) liberou a presença de torcedores nos estádios de futebol. A repercussão nas redes sociais foi extremamente negativa e, horas depois, o prefeito Eduardo Paes se apressou ao anunciar que iria revogar o decreto.

Especialistas são taxativos em afirmar que o controle da pandemia depende da vacina. Mas, ao mesmo tempo, os seus resultados só serão sentidos na população a médio e longo prazo. Por isso, continua sendo fundamental seguir a orientação de manter o isolamento social e só sair de casa quando realmente for necessário.

Vejam o caso dos Estados Unidos, por exemplo. Os EUA são o país que mais aplicou vacinas contra a covid-19 em todo o mundo, com 9,3 milhões de doses. Mesmo assim, os americanos registraram na terça-feira novo recorde de mortes pelo novo coronavírus, com 4.327 óbitos. Ao todo, são quase 2 milhões de mortes pelo novo coronavírus em todo o mundo e mais de 91 milhões de infectados. No Brasil, mais de 200 mil pessoas foram vítimas da covid-19

Ainda estamos longe da imunização em massa. Ninguém ganha com a disputa política em torno do imunizante. A vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, por exemplo, tem uma eficácia geral de 50,38%. Os dados incluem os voluntários do teste clínico que contraíram a doença, mas tiveram casos leves, o que mostra que o imunizante é capaz de proteger contra formas graves da Covid-19. Entre os que pegam, a maioria nem precisa de médico. Para casos graves, nos quais o paciente tem de ser entubado, a eficácia é de 100%. Vale lembrar que a vacina supera o índice recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A bem da verdade é que estamos em uma corrida contra o tempo. A melhor vacina é aquela que estará disponível o mais rápido possível para imunizar a maior quantidade de pessoas de forma eficaz e segura. Sem contar, é claro, da importância da produção em larga escala e facilidade na distribuição em todo o País. Fundamental também será investir o quanto antes em uma campanha publicitária e de vacinação, talvez a maior da história do País. É mais do que urgente a prevenção de infecções que sobrecarregam os serviços de saúde. A população pede socorro.

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