Mundo em alerta

O mundo começa o ano de 2020 em estado de alerta desde a morte de Qassem Soleimani, chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e um dos homens mais poderosos do país, na quinta-feira (2). A ordem do ataque com drone dos Estados Unidos partiu do presidente Donald Trump.
A justificativa dos americanos foi de que o objetivo era deter planos de futuros ataques iranianos. O efeito, no entanto, foi o inverso. Duas bases no Iraque que abrigam forças americanas e iraquianas foram atingidas por mais de uma dúzia de mísseis iranianos na madrugada de quarta-feira (8). A ação foi uma vingança pelo assassinato do general Qassem Soleimani e deverá ter desdobramentos em todo o planeta.
As principais bolsas e mercados internacionais registram um dia de nervosismo na quarta-feira. Os preços do petróleo caíram após subir no mercado. Já o Ouro atingiu o valor mais alto desde 2013 em um contexto de tensões no Oriente Médio. Chama atenção o fato de o Ouro ser um valor de refúgio em períodos de incerteza política e financeira.
Analistas interpretaram que a ação do Irã foi mais uma resposta a sua própria população do que a declaração de fato de uma guerra. Mesmo assim, um estado de “alerta total” foi ativado na região. Não à toa a quem aposte que os ataques de mísseis foram apenas o primeiro passo.
As tensões entre Irã e Estados Unidos podem, inclusive, comprometer o fornecimento mundial do petróleo. Os investidores temem pelo bloqueio do Estreito de Ormuz, um ponto de passagem importante, por onde circulam os navios petroleiros. Esse estreito, um dos mais congestionados do mundo, é crucial porque permite que o petróleo da região seja levado para os mercados da Ásia, da Europa e da América do Norte.
O mundo precisa de paz. Inocentes não podem ser castigados e pagar com a própria vida por causa da disputa de poder e da ganância dos governantes.
Sem contar, é claro do impacto econômico. O Irã é o segundo maior comprador de milho brasileiro, o quinto maior importador da soja e sexto maior comprador de carne bovina. Se o país diminuir as compras, certamente empregos serão perdidos no Brasil.
É impossível também desassociar o Brasil do restante do mundo. Vejam o caso das queimadas na Austrália. A fumaça dos incêndios chegou ao Brasil, mais especificamente ao Rio Grande do Sul, de acordo com imagem de satélite publicada pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Meteorologistas alertam que as chuvas podem arrastar material particulado para lavouras, reservatórios de água e açudes.
Ou seja, nenhuma ação do homem passa impune. Seja no Irã ou na Austrália.

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