Os 23 escolhidos de Tite

Tite anunciou na última segunda-feira (14) a lista de atletas convocados para defender a seleção brasileira na Copa da Rússia. Os 23 escolhidos pelo treinador terão a missão de conquistar o hexacampeonato a partir do dia 17 de junho, quando o Brasil estreia diante da Suíça, em Rostov.
Única equipe a disputar todas as edições da Copa do Mundo, desde 1930, a seleção brasileira terá um enorme desafio na Rússia, a começar pela condição clínica de seus atletas. A maior expectativa da lista de Tite era em relação aos laterais-direitos, depois da contusão que tirou Daniel Alves da Copa do Mundo. Tite, então, optou pelos jogadores que mais testou na posição quando não utilizou o seu titular absoluto, casos de Fagner e Danilo. O lateral do Corinthians, inclusive, também está machucado, mas, segundo análise do departamento médico da CBF, vai conseguir se recuperar a tempo de disputar a Copa em alto nível.
Neymar também é motivo de preocupação. O craque do Paris Saint-Germain não joga desde fevereiro, quando sofreu uma fratura do quinto metatarso do pé esquerdo e precisou ser operado. Ainda em processo de recuperação da cirurgia, o atacante só deverá estar 100% à disposição de Tite às vésperas do Mundial. Para que o Brasil obtenha sucesso na Rússia, é fundamental que Neymar esteja bem fisicamente. Sem o seu principal jogador, o Brasil é um time previsível e pode ser presa fácil para adversários de maior peso. Não há no elenco nenhum outro craque com o talento de Neymar.
De resto, Tite manteve na lista dos 23 convocados a base que construiu durante todo seu trabalho à frente da seleção, desde 2016, o que incluiu a recuperação da equipe nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo após a péssima passagem de Dunga. Confirmado o corte de Daniel Alves, a expectativa agora fica em torno de como o grupo vai reagir à ausência de seu líder maior. O lateral-direito não era importante para Tite apenas tecnicamente. Tanto é que, mesmo com o rodízio de capitães promovido pelo treinador desde 2016, nos dois jogos de maior peso da seleção no período, contra Inglaterra e Alemanha, o escolhido para ficar com a braçadeira foi justamente o jogador do PSG.
Também não custa lembrar que ele é o principal “parça” de Neymar na seleção e teve influência decisiva nas transferências do craque do Santos para Barcelona e, depois, ao Paris Saint-Germain. Até hoje, Neymar é grato a Daniel Alves pela enfática defesa pública que o amigo fez a seu favor depois da tola suspensão da Copa América de 2015.
O que se espera é que o corte do lateral não abale o grupo a ponto de afetar o rendimento da equipe. Tite, um mestre em administrar conflitos e lidar com jogadores badalados, terá menos de um mês para fazer os últimos ajustes na seleção e deixar o time pronto para buscar o hexa. O trabalho é hercúleo, mas o Brasil tem totais condições de se recuperar do vexame do 7 a 1 da Copa de 2014 e erguer a taça.

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