Agosto mês de importantes decisões

Estamos começando agosto. E o mês será muito importante para o futuro do Brasil. Até o dia 15, deverão estar registradas todas as candidaturas de quem deseja exercer cargos executivos e legislativos nas administrações federal e estadual. A grande indagação atual é se o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará nas urnas em 7 de outubro. Além disso, diversos partidos correm atrás de acordos que aumentem seus tempos de propaganda no rádio e TV, gerando alianças questionáveis do ponto de vista ético e de lógica.
Cumprindo pena de 12 anos e um mês em cela da Polícia Federal de Curitiba, Lula continua liderando todas as pesquisas de intenção de voto. Seus advogados estão dispostos a recorrer à todas as instâncias da Justiça para garantir-lhe o direito de disputar novamente o cargo. De outro lado, são muitos os juristas que defendem a tese de o líder petista estar inelegível, lembrando que sua condenação foi confirmada em segunda instância.
A resposta dos que acreditam em Lula e apoiam sua candidatura é que a condenação foi injusta, não passando de perseguição política. A verdade é que a palavra final ficará com a Justiça e que a candidatura deve ser anunciada oficialmente nesse sábado (4) e registrada no dia 15. A partir daí, começará a batalha e as hipótese mais aceita por especialistas é que ela será impugnada, os advogados de Lula recorrerão até o último momento e no final o partido colocará um substituto na disputa. Mas, tudo isso depende de vários fatores e os prazos até a ida do eleitor aos postos de votação são relativamente curtos.
O importante é que tudo aconteça dentro da normalidade democrática e que a justiça se manifeste de maneira imparcial. Isso será fundamental para que agosto não veja reforçada a superstição de ser um mês “azarado” para a política nacional. Devido a uma série de coincidências criou-se essa crendice. Afinal tivemos um suicídio de presidente (Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954) a renúncia de outro (Janio Quadros em 25 de agosto de 1961) e uma morte suspeita de um ex (Jucelino Kubitscheck em 22 de agosto de 1976).
Mais recentemente tivemos um acidente aéreo fatal com um forte candidato a presidente (o pernambucano Eduardo Campos -PSB- em 13 de agosto de 2014) e o impeachment de Dilma Roussef (PT) foi confirmado pelo Senado em 31 de agosto de 2016. Esses fatos foram marcantes em nossa história, mas é fácil enumerar coisas ruins acontecidas em outros meses, o que transforma a “fama” de agosto em “mês de desgosto” em apenas mais um elemento do folclore popular.
Um detalhe que deve ser destacado é que, exceto no caso dos dois acidentes, os eventos traumáticos citados por quem teme agosto, se deveram a embates entre os poderes Executivo e Legislativo. Isso reforça a necessidade dos eleitores valorizarem em muito a eleição do Congresso Nacional.
Com um grande número de parlamentares respondendo processos ou suspeitos de envolvimento com corrupção e diante do perigo de muitos deles continuarem no cargo, os brasileiros precisam votar com consciência. Escolher para representá-los nas casas legislativas apenas homens e mulheres honestos e capazes de ajudar o futuro presidente a tirar o país da crise é fundamental para que outubro não se transforme no verdadeiro “mês das tragédias.”

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