São Paulo espera mais de Doria

Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada no domingo (8) revelou que a aprovação à administração do prefeito de São Paulo, João Doria (PMDB), despencou quase dez pontos percentuais em relação ao último levantamento. O tucano tem 32% de aprovação, 26% de rejeição e 40% de avaliação regular entre os paulistanos.A pesquisa também mostrou que 55% dos paulistanos não votariam nele para a presidência da República. A margem de erro é três pontos para mais ou menos e foram entrevistadas 1.092 pessoas de 4 a 5 de outubro.
O curioso é que nos últimos meses Doria tem visitado vários Estados do Brasil. No último fim de semana, por exemplo, ele esteve na festa do Círio de Nazaré, em Belém do Pará. Mesmo com ele afirmando que sua presença física na Prefeitura é dispensável e que, apesar das viagens, mantém-se conectado com seus auxiliares na cidade, a maioria da população não concorda. Ainda segundo o Datafolha, para 49% dos paulistanos as viagens de Doria trazem mais prejuízos do que benefícios à cidade. Somente 35% aprovam a iniciativa.
Outro dado gravíssimo da pesquisa é que 75% dos ouvidos dizem que Doria fez menos do que o esperado. Para um prefeito com altas ambições políticas isso é péssimo. Pode passar a impressão de que se Doria não consegue administrar nem a cidade de São Paulo não dará conta de alçar voos maiores, como o governo do Estado ou a Presidência da República.
Apontadas por Doria como um dos principais diferenciais de sua gestão, as doações empresariais à cidade também não são bem avaliadas pelos moradores. Para 46% dos paulistanos, elas não são transparentes. Apenas 9% consideram as doações transparentes.
Ao viajar pelo País e visitar várias cidades no exterior, Doria acabou se expondo mais. Ao mesmo tempo que passou a ser uma figura mais conhecida em outros Estados, correu o risco de perder popularidade em São Paulo. E foi justamente isso o que aconteceu com o tucano.
Até agora, as viagens não têm surtido tanto efeito na corrida pela sucessão do presidente Michel Temer (PMDB) ao Palácio do Planalto. Ainda de acordo com o Datafolha, os paulistanos preferem ver o governador Geraldo Alckmin (PSDB) candidato à presidência do que Doria: 45% a 31%.
Aqui, vale lembrar que Alckmin é o padrinho de Doria. Foi o governador que lançou o prefeito na vida política. Até o ano passado, Doria nunca havia disputado uma eleição e era conhecido apenas por ser um empresário de sucesso e com grande visibilidade na mídia.
Agora, Doria tenta manter essa trajetória à frente da Prefeitura. Os primeiros nove meses têm se mostrado bastante complicados. Com a sua popularidade em queda, os próximos dias serão decisivos para a definição do futuro não só de Doria, mas, principalmente, de milhões de paulistanos que o elegeram na expectativa de dias melhores que ainda não chegaram.

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