Corrupção acontecia dentro da Prefeitura Ipiranga e Jabaquara

Três pedidos de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) tramitam na Câmara Municipal de São Paulo para investigar a denúncia de que fiscais e outros agentes públicos da Prefeitura de São Paulo cobravam propina de pequenas agências de publicidade para liberar propaganda na cidade que é vedada pela Lei Cidade Limpa.
Os requerimentos foram apresentados pelos vereadores Eduardo Tuma (PSDB), Antonio Donato (PT) e Toninho Vespoli (PSOL). O líder do Governo, Aurélio Nomura, disse publicamente que apoia a investigação.
“A denúncia divulgada pela Rádio CBN é muito grave e precisa ser apurada imediatamente. De acordo com as primeiras informações, essa máfia da Cidade Limpa operava em várias subprefeituras”, comentou Donato.
Pelo menos seis prefeitos regionais (os antigos subprefeitos) da gestão do prefeito Doria são acusados de que sabiam de irregularidades da máfia da Cidade Limpa, entre eles Maria de Fátima (Jabaquara) e Amândio Martins (Ipiranga). As outras regionais envolvidas são Mooca, Cidade Ademar, Pirituba e Campo Limpo.
Leandro Bernal, dono de empresa de comunicação que fez a denúncia, entregou uma série de comprovantes, na Controladoria Geral do Município, mostrando que os prefeitos regionais tinham conhecimento da existência da máfia e não tomaram providências para coibir o esquema.
“Uma CPI é o instrumento mais eficaz para fazer a investigação. Queremos ouvir os funcionários da prefeitura citados na denúncia, as agências de publicidade e, também, quem contratou essas agências para organizar a “compra” de funcionários públicos. Certamente são grandes empresas do setor imobiliário, que lançam empreendimentos com enorme aparato de divulgação. Aquelas que, muitas vezes, estão fazendo hoje parcerias com a prefeitura: dá um banheirinho no Ibirapuera, mas tem parcerias em outras áreas. Essas empresas são as grandes corruptoras e a CPI precisa chegar até eles”, salientou o vereador Donato, líder do PT na Câmara Municipal.
No Ipiranga e no Jabaquara a denúncia aponta que as negociações eram realizadas dentro das Prefeituras Regionais. Leandro Bernal, sócio da Canaã Promoções e Eventos, alega que a perda de mercado para os concorrentes – que pagava m fiscais da Prefeitura para fazer anúncios ilegais – enquanto ele se arriscava e era multado, com isso acumulou uma dívida enorme.
Os prefeitos regionais serão investigados. O patrimônio dos servidores públicos devem ser cruzados com o salário que eles recebem. O órgão da prefeitura deve se unir ao Ministério Público, o que vai gerar um inquérito conjunto só para investigar a máfia da Cidade Limpa.
O Ipiranga News entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ipiranga e Jabaquara, mas até o momento do fechamento desta edição, ninguém se pronunciou.
As fraudes, mais comum acontecem nas propagandas de vendas de imóveis e veículos. As setas que indicam o plantão de vendas de um apartamento decorado ou feirão de carros, por exemplo eram tabelados pelos corruptos. O mesmo acontecia com os milhares de panfletos distribuídos nos semáfaros. Os pagamentos, segundo o denunciante, era dividido entre os fiscais.

Corrupção nas regionais é antiga

A corrupção praticada por fiscais nas administrações regionais e hoje batizadas pela administração João Dória de Prefeituras Regionais é edêmica. Sai prefeito entra prefeito e os casos se repetem. As ações de combate as quadrilhas instaladas nos órgãos da municipalidade, parece não intimidar a máfia dos fiscais. O lema é criar dificuldade para vender facilidade, enm todos os níveis.
Na gestão do então prefeito Celso Pitta, a corrupção fez estremecer a administração e o núcleo, mais uma vez, foi as administrações regionais. A época, o então Secretario das Administrações Regionais, vereador Domingos Dissei, jogou pesado contra os corruptos e, em dez meses de gestão, afastou pouco mais de 130 servidores municipais, publicou seus nomes no Diario Oficial e mandou abrir processo contra todos no Proced. Além disso demitiu vários subprefeitos. A faxina feita por Domingos Dissei gerou protesto na Câmara, pois muitos dos acusados de corrupção tinham um político como padrinho. Dissei resistiu as pressões e aos pedidos do prefeito Pitta para diminuir as ações contra os corruptos, mas não resistiu as ameaças a sua família e voltou para exercer seu mandato de vereador na Câmara Municipal. Mas de 15 anos depois as denuncias de corrupção na administração púbçica, principalmente nas hoje Prefeitura Regionais, se repetem e o prefeito João Dória (PSDB) tá perdendo a oportunidade de mostrar que será implacável contra a corrupção no seu Governo: não afastou os acusados e vai dar munição à Câmara para instalar uma CPI contra sua administração.
Isso, certamente, não é atitude de quem se diz um gestão que está no cargo para desenferrujar e ajustar a máquina pública. Desta vez o Marketing não foi tão eficiente. Ao será que, a exemplo de Domingos Dissei, o prefeito vem recebendo pressão dos padrinhos dos corruptos? O jogo tá 1 x 0 para os fiscais corruptos.

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