Associação Brasil Parkinson: 38 anos de vida saudável para quem está acometido da doença

Idealizada por Marylandes Grossmann, parkinsoniana, aos 43 anos de idade, em dezembro de 1985, a Associação Brasil Parkinson que completa 38 anos de existência, é pioneira na América Latina e atende exclusivamente pessoas portadoras da doença, oferecendo atividades orientadas por profissionais capacitados em diversas áreas.
Nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, educação física, dança sênior, coral e grupo de apoio psicológico ao cuidador, são algumas das especialidades que trabalham com quem tem a Doença de Parkinson na Associação.

Associação Brasil Parkinson: 38 anos de vida saudável para quem está acometido da doença
Katia e Laio (foto) são professores e dão aulas de Ping Pong para os acometidos de Parkinson. O esporte ajuda a diminuir a tremedeira causada pela doença
Katia Tanaka, de 43 anos é professora de educação física, doutora em Parkinson e atua na Associação há 14 anos. Responsável pelas atividades relacionadas à educação física, ela atua para levar melhor bem-estar e qualidade de vida para as pessoas que frequentam o local.
No dia em que a reportagem esteve na Brasil Parkinson, os frequentadores jogavam Ping Pong, ação que acontece às quintas e sextas-feiras, com a supervisão de Kátia Tanaka e Laio Vieira, professores que trabalham na entidade.
“Cientificamente falando, ainda não há estudos que comprovem o que o Ping Pong faz em relação à doença de Parkinson, mas a gente tem observado no nosso dia a dia, que tem uma aderência dos pacientes muito grande nessa atividade, porque é um esporte divertido, que remete muito à questão da infância e que muitos já praticaram em algum momento”, destacou Tanaka.
“Para mim é algo muito gratificante estar aqui com eles, além de poder contribuir um pouquinho com a sociedade. Muitas vezes, a gente consegue recursos através da sociedade, então a gente tem que devolver isso de alguma forma, é uma forma de ajudar a comunidade”, afirmou ela.
Laio Vieira, atua com Katia e é técnico de tênis de mesa, bacharel em Educação Física. “Acho que jogar ping pong ajuda muito, porque o nível de concentração é muito grande, então, na hora que eles vão jogar acabam segurando um pouquinho o tremor, porque a concentração é muito grande e a vontade de acertar a bolinha é maior ainda”, pontuou.
A casa, conforme já comentado, também trabalha em outras frentes, como a fisioterapia, área considerada indispensável aos pacientes. Os atendimentos são diários, individualmente ou em grupo. Também são oferecidas atividades de oficina de artes como pintura, artesanato e origami, que são especialmente voltadas para melhorar a coordenação motora do parkinsoniano.
Associação Brasil Parkinson: 38 anos de vida saudável para quem está acometido da doença
Carmen Galluzzi (foto) descobriu o Parkinson há 15 anos e frequenta a Associação há 8. O lugar, foi um “divisor de águas” em sua vida
Carmen Galluzzi, de 63 anos, foi diagnosticada com Parkinson há 15 anos e conheceu a Associação há 8 anos. “A Associação Brasil Parkinson é muito importante na minha vida. Foi o divisor de águas. O antes e o depois. Sou muito grata, participo de tudo, gosto de colaborar, sou voluntária, me dá muito prazer e isso me ajudou muito na minha recuperação”, explicou Galluzzi.
“Depois que eu conheci nunca mais saí daqui. Não é só o remédio. O Parkinson, além da medicação, tem a psicoterapia, fisioterapia, fono, educação física, […], porque como o Parkinson é uma deficiência da Dopamina, que é um neurotransmissor, responsável pela coordenação motora, nós temos que fazer vários exercícios, ficar em movimento, para poder fabricar a Dopamina”, conlclui.
A ABP promove palestras periódicas, reuniões, eventos comemorativos e sociais. Edita informativos, manuais de orientação e a Revista Beija-flor. Através de convênios com universidades, a fisioterapia e a fonoaudiologia oferecem estágios e cursos especializados em todos os níveis da formação acadêmica.
A Associação Brasil Parkinson tem o título de Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, é considerada de fins filantrópicos pelo Conselho Nacional de Assistência Social e não tem fins lucrativos.
Associação Brasil Parkinson: 38 anos de vida saudável para quem está acometido da doença
Katia Trdelli (foto) é fisioterapeuta e presidente da Associação Brasil Parkinson
“A doença de Parkinson precisa de um tratamento medicamentoso, mas ela também precisa de tratamento por exercício, então, não adianta só tomar o remédio e ficar sentado em casa, que o remédio sozinho, infelizmente, não resolve tudo. Os pacientes precisam de uma equipe multidisciplinar, então, aqui na Associação Brasil Parkinson é o único lugar em São Paulo e eu diria que no Brasil, especializado na doença de Parkinson”, destaca Erika Tardelli, fisioterapeuta e presidente da Associação.
Para participar das atividades da Associação e se tornar um associado, o paciente precisa, apenas, de um encaminhamento do médico neurologista, dizendo que a pessoa tem doença de Parkinson, com o diagnóstico atestado e o CID (Classificação Internacional da Doença).
O espaço, também conta com atividades para os familiares e cuidadores dos acometidos de Parkinson. A Associação fica na Av. Bosque da Saúde, 1155.

Check Also

Jabaquara ganha Vila Reencontro nominada “Jabaquara I”

Jabaquara ganha Vila Reencontro nominada “Jabaquara I”

Com celebração realizada na manhã deste Dia das Mães, a Vila Reencontro, nominada “Jabaquara I”, …

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *