A Pinacoteca inaugurou a nova apresentação do acervo de arte brasileira que ocupará 19 salas divididas entre o primeiro e o segundo andar do Edifício da Pina Luz com cerca de mil obras de mais de 400 artistas. A reformulação, elaborada pelo Núcleo de Pesquisa e Curadoria em conjunto com as outras áreas do museu, bem como em diálogo com colaboradores externos, se baseia em narrativas mais diversas e inclusivas.
Depois de 10 anos, a instituição opta por substituir a narrativa linear e cronológica em favor de um olhar mais crítico, que provoca o acervo a reverberar questões mais contemporâneas. O projeto curatorial mescla tempos históricos e técnicas artísticas, debate a representatividade de artistas mulheres, afrodescendentes e indígenas no acervo, investiga as relações entre arte e sociedade, bem como a representação da paisagem e do espaço urbano. A mostra é toda construída a partir de diálogos entre obras, estratégia testada por muitos anos pelos programas educativos.
Dona de um dos acervos mais representativos de arte brasileira do país, a Pinacoteca reúne na nova exposição, que tem o patrocínio da BB Seguros, todas as coleções que hoje se encontram sob sua tutela, Coleção Ioschpe, os comodatos da Nemirovsky e Roger Wright. A mostra conta ainda com comodatos propostos especialmente para a exposição, como é o caso de uma obra da artista carioca Adriana Varejão.
A narrativa está organizada em três núcleos. O primeiro, Territórios da arte, investiga como artistas observam seu próprio corpo e o do outro, como elaboram ideias sobre as possíveis funções e definições de arte, como pensam a arte em um território autônomo. Corpo e território, o segundo núcleo, examina como artistas dão forma à terra ao seu redor, refletindo sobre o violento processo de dominação implícito nessas representações. Por fim, o terceiro núcleo se desenvolve em torno da relação entre Corpo individual / corpo coletivo, em que artistas forjam ideias de comunidade a partir de um corpo, investigam papeis sociais, falam da violência exercida sobre outros corpos e também de afetos e de desejo.
Importante ressaltar que não existe um percurso único para o visitante seguir, uma vez que as salas têm certa autonomia de temas, permitindo que o visitante faça seu próprio percurso. Para a mostra de longa duração, as salas expositivas passaram por reformas civis que oferecerão ao público uma experiência mais qualificada.
O Edifício Pina Luz fica na Praça da Luz, 2, Luz. Horário de funcionamento: 12h às 20h.
Ingressos: Gratuito para todos, todos os dias da semana, mas necessário reservar no site da Pinacoteca (www.pinacoteca.org.br).
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