Brasil precisa de bons exemplos

Enquanto o Brasil enfrenta a sua maior urgência humanitária em décadas, o presidente Jair Bolsonaro tira selfies e troca afagos com apoiadores em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Os fatos ocorridos no último domingo (15) não só envergonham o País no exterior como fizeram crescer as críticas à postura (ou falta dela) do presidente à frente do cargo mais importante da Nação.
Não à toa, desencadearam uma série de ações contra Bolsonaro. Após a notícia de que o governo pediu ao Congresso Nacional que reconheça estado de calamidade pública, gritos de “fora, Bolsonaro!” e panelas batendo foram ouvidos em bairros de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Não custa lembrar que a ação é similar à de atos contra a ex-presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em 2016. Já chegou, inclusive, o primeiro pedido de impeachment de Bolsonaro na Câmara dos Deputados sob a justificativa de que presidente cometeu crime de responsabilidade ao divulgar protestos contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
A situação do Brasil e de todo o mundo é complicadíssima. Por isso, o governo federal solicitará ao Congresso o reconhecimento do estado de calamidade pública até 31 de dezembro de 2020 devido ao novo coronavírus. Isso comprova que Bolsonaro não poderia ter ido à porta do Palácio do Planalto ter contato com seus apoiadores. A ordem, para todos, é evitar aglomerações.
Está muito claro que o monitoramento permanente da pandemia da Covid-19 exige elevação dos gastos para proteger a saúde e os empregos dos brasileiros. Mas, é também preciso deixar claro que esse tipo de medida dispensa o governo de cumprir a meta fiscal. O que e exige muita responsabilidade das autoridades econômicas que não podem criar gastos desnecessários.
O momento é de união de todos. Tanto que, após o governo informar que pedirá o reconhecimento de estado de calamidade pública, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informaram que apoiarão a solicitação. Assim, de nada adianta Bolsonaro incentivar protestos descabidos que pedem o fechamento do Congresso Nacional. Pode parecer difícil para certas pessoas entenderem, mas vivemos em uma democracia e o Parlamento é peça fundamental do sistema.
É inegável que a pandemia do novo coronavírus tem provocado efeitos na economia mundial. O Brasil não ficará imune e a população sofrerá muitos nos próximos meses. Porém se cada um fizer a sua parte os danos poderão ser mitigados.
Vejam o caso do esporte, por exemplo. Entidades têm contribuído na luta contra o coronavírus. A Fifa já anunciou que vai doar 9 milhões de euros (cerca de R$ 50 milhões) à OMS (Organização Mundial da Saúde). Já a liga de beisebol dos Estados Unidos fará uma doação de 1 milhão de dólares (R$ 5 milhões) para combater a fome como resultado do fechamento de escolas no país. Pode parecer pouco diante dos efeitos do coronavírus em todo o planeta, mas cabe a cada um ajudar. O primeiro passo é evitar sair de casa e diminuir a disseminação do vírus. A recomendação é só deixar a residência em caso de real necessidade, e não para se juntar a eleitores que querem a volta da Ditadura Militar.

Check Also

Pandemia não está no ‘finalzinho’

Por mais que o presidente Jair Bolsonaro tenha afirmado, ainda em dezembro, que o Brasil …

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *