Cuidado. As suas redes sociais devem ser invadidas por propagandas eleitorais nos próximos meses. Mesmo que a reforma política, aprovada pelo Congresso em outubro do ano passado, tenha mantido uma norma de 2009 que proíbe a veiculação de qualquer tipo de anúncio eleitoral pago na internet, há uma brecha na legislação que permite o impulsionamento de conteúdo. Ou seja, o pagamento para que postagens alcancem um maior número de seguidores e cheguem a eleitores com perfis escolhidos pelos candidatos.
A bem da verdade é que a internet faz parte do dia a dia do eleitor e faltam mecanismos de transparência no Brasil. O abuso do poder econômico na internet pode decidir uma eleição e, por isso, é preciso ter controle. Isso, claro, não significa censura. Quanto mais liberdade e informação, mais fortalecido é o processo democrático. O que não pode haver é favorecimento aos candidatos mais ricos.
Mais do que a forma, é necessário discutir o conteúdo da propaganda política no País. O Brasil precisa de candidatos comprometidos a conduzir reformas e atender aos anseios da população. É fundamental que o centro do debate seja feito com base em propostas na luta contra a corrupção e a violência e a redução da pobreza.
Essa incerteza política que o País vive atualmente fez com que o investidor estrangeiro deixasse a Bolsa brasileira no primeiro semestre do ano. Ao todo, quase R$ 10 bilhões foram retirados por estrangeiros no período. É o pior resultado já registrado em um primeiro semestre desde 2004, ano em que os dados começaram a ser compilados. Mais do que números, essa fuga representa desemprego. Milhões de brasileiros estão sem trabalho.
Para piorar, analistas do mercado indicam que a saída de capital continuará nos próximos meses, ainda que em volume menor. O desaquecimento da atividade econômica do País está longe do fim. A avaliação de especialistas é de que a indefinição do cenário político tem preocupado o investidor estrangeiro.
É fato que o Brasil vive um desgaste institucional, com o povo desiludido com seus representantes. Diante desse cenário, o País precisa passar por mudanças profundas para retomar o caminho do crescimento. Não há outra trajetória a ser percorrida nos próximos anos.
Até agora, aqueles que se apresentaram como candidatos à Presidência ainda não conseguiram articular propostas claras e eficientes. Parece que os políticos têm medo de falar dos verdadeiros problemas do País. A tão temida reforma da Previdência, por exemplo, é um tabu. Os candidatos falam apenas superficialmente a respeito do tema, sob o risco de cair nas pesquisas de intenção de voto. Ninguém também ousa debater as reformas política e tributária. É como se o Brasil estivesse em céu de brigadeiro, o que não é verdade.
Mas não basta ao eleitor olhar apenas para os candidatos à Presidência. É preciso eleger um Congresso coeso. A fragmentação atual dificulta uma discussão séria e profunda. A impressão que passa é que cada parlamentar está mais preocupado com o seu curral eleitoral do que com o País.
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