Centenas de pessoas se reúnem na Marcha da Consciência Negra

Com palavras de ordem, faixas e cartazes contra o preconceito, o Dia da Consciência Negra foi celebrado antecipadamente no Jabaquara com a IX Marcha da Consciência Negra, realizada na sexta-feira (10), no entorno do Terminal Jabaquara e reuniu dezenas de pessoas. “Para nós é um momento de nos organizarmos, para estar em luta porque estamos cada vez mais conquistando espaço na sociedade. Vamos lutar contra o racismo e o genocídio da população negra”, disse uma manifestante durante a marcha.
A concentração e o encerramento foram na CDC Leide das Neves, na rua Nelson Fernandes. A organização do evento é da Associação Cristã de Moços (ACM – CDC Leide das Neves) em parceria com a EMTU e a Prefeitura Regional do Jabaquara, além de lideranças comunitárias, ONGs e escolas de região que sonham com acesso à igualdade de condições social e melhoria da qualidade de vida da população negra que é de 30,2 % segundo dados oficiais.
Entre as reivindicações estão ainda a manutenção e fortalecimento das políticas públicas de promoção da igualdade racial nas cidades em que ainda não existem; manutenção das políticas públicas para as mulheres, especialmente para as negras; e defesa de políticas de ação afirmativa, com corte racial e de gênero, com implantação de medidas para ampliar a participação de mulheres negras nos espaços e poder.
Às 19h15, um grupo passou pelo local entoando palavras de ordem e lembrando a morte de Zumbi dos Palmares – símbolo da luta contra a escravidão no Brasil – em 1695, data que deu origem ao Dia da Consciência Negra. Na sequência dois grupos de maracatu participarão da caminhada e tocarão o ritmo brasileiro até o encerramento da marcha onde foram servidos gratuitamente caldos feitos de bacon, batata e ervas.
Os manifestantes desejam que o Dia Nacional a Consciência Negra possa ser comemorado como feriado nacional. “Temos esperança que um dia o 20 de novembro seja feriado comemorado nacionalmente” afirmou Cecília Contes.
Pela terceira vez consecutiva na marcha, o dentista João Lima, disse acreditar no poder das manifestações: “As marchas tem um poder do qual não imaginamos, mas estamos aqui nos fazendo ser visto. Isso é fundamental para qualquer sociedade, não apenas negros, pobres, homossexuais, toda a população faz barulho quando unida. Os atos de racismo vêm acontecendo debaixo do nosso nariz e não podemos admitir distinção por causa da cor da pele”, relatou.

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