Mais de 260 pererecas-pintadas-do-rio-pomba, anfíbio com risco extremo de desaparecer da natureza, ganharão ainda neste ano um novo espaço em Araçoiaba da Serra, na Região de Sorocaba, para se reproduzirem. No local, funciona o Núcleo de Pesquisa e Conservação de Fauna Silvestre (Cecfau), a “maternidade de animais silvestres”, ligada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, que promove a reprodução de animais ameaçados de extinção. As pererecas serão alocadas em um ambiente de 60 m², três vezes a área que ocupam atualmente, o que facilitará o manejo dos anfíbios.
Além da perereca-pintada, a “maternidade de animais silvestres” trabalha com a conservação de outras cinco espécies ameaçadas de extinção: arara-azul-de-lear, mico-preto, mico-leão-de-cara-dourada, tamanduá-bandeira e sagui-da-serra-escuro.
Quando adulta, a perereca-pintada pesa de 10 gramas a 20 gramas, mede de 5 centímetros a 8 centímetros e come grilos, baratas, besouros e outros insetos quando mantidas sob cuidados humanos. A espécie não é venenosa e ainda não se sabe quanto tempo vive. Desde 2021, quando as primeiras fêmeas foram para o Cecfau, foram registradas cinco desovas bem-sucedidas, duas em 2022 e três em 2023.em outubro e irá até o início de 2025.
O Cecfau foi a primeira instituição no mundo a possuir um local específico para a reprodução da perereca-pintada-do-rio-pomba e continua sendo a única a reproduzir a espécie. “Ainda estamos estudando a espécie, mas, pelo histórico que temos, a fêmea posta de 1.100 a 3.800 ovos por vez, e cerca de 3% a 9% dos animais atingem ao menos um ano de vida”, explica Giannina.
A “maternidade de animais silvestres” foi inaugurada em 19 de junho de 2015 e contava, na época, com seis araras-azuis-de-lear, 11 micos-leões-da-cara-dourada, dois micos-leões-dourados, nove micos-leões-pretos e seis tamanduás-bandeira. Hoje são 13 araras-azuis-de-lear, 24 micos-pretos, um mico-leão-de-cara-dourada, 13 saguis-da-serra-escuro, três tamanduás-bandeira, além de 265 pererecas-pintadas-do-rio-pomba