Moradoras da Vila Reencontro Jabaquara II participaram de uma palestra sobre violência doméstica e os direitos das mulheres em relação à saúde e à segurança. A ação foi inspirada no Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro.
A opressão e a violência atingem muitas mulheres e adolescentes, e muitas ainda não conseguem identificar o comportamento abusivo de companheiros, parentes e amigos, mesmo em situações que aos outros possam parecer insustentáveis. Esses cenários reforçam a importância de iniciativas como essa, que permitem às participantes compartilharem suas dúvidas e experiências, criando um ambiente de apoio mútuo e fortalecimento.
Durante a palestra, foram abordados os diversos tipos de violência doméstica: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Ainda foram apresentadas informações sobre os serviços que constituem a rede de apoio as vítimas, como delegacias especializadas no atendimento à mulher, centros de referência, unidades de saúde, entre outros. Foi destacada também a importância da Lei “Maria da Penha”, sancionada em 7 de agosto de 2006, que visa proteger as mulheres da violência doméstica e familiar no Brasil.
A ação foi realizada em conjunto com o “Bem Querer Mulher”, programa do Instituto para o Desenvolvimento Sustentável (INDES).
As especialistas Ivone Albino e Mayara Sacoman, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), ressaltaram durante a palestra que atitudes como ciúme excessivo, tentativas de controle, de afastamento de amigos e familiares e desvalorização da mulher, quando ignorados ou minimizados, podem caminhar para abusos mais graves. Dessa maneira, a prevenção é fundamental para evitar que esses ciclos continuem.
Segundo pesquisa realizada em 2023 pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher Contra a Violência (OMV), 30% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem. Dentre elas, 76% relataram ter sofrido violência física. Esse índice varia conforme a renda das vítimas. Enquanto 64% das mulheres que recebem mais de seis salários-mínimos declararam ter sofrido violência física, esse índice chega a 79% entre aquelas com renda de até dois salários-mínimos.
Gerente da Vila Reencontro Jabaquara II, Débora Cavalcante, destacou a relevância da atividade para as atendidas do serviço. “Essa iniciativa foi um exemplo de como o fortalecimento da rede de apoio e a disseminação de informações podem transformar realidades, empoderando mulheres e meninas para que se sintam seguras, informadas e capazes de romper com ciclos de abuso.”
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