A história do Brasil é recorrente: os governantes fazem mau uso do dinheiro público e o povo acaba pagando a conta. Após os cofres da Petrobras serem saqueados por centenas de políticos corruptos e a empresa chegar ao fundo do poço, agora a estatal está se recuperando às custas dos trabalhadores.
O caso da alta do preço dos combustíveis sintetiza muito bem esse tipo de situação. Desde ao ano passado, a Petrobras adotou uma política que prevê reajustes inclusive diariamente nos preços dos combustíveis. Somente no mês de maio, já foram anunciadas 12 altas na gasolina.
Diante desses aumentos constantes os caminhoneiros paralisaram boa parte das estradas do País contra a alta do preço dos combustíveis e provocando sérios problemas à população. Três voos que iriam para o Aeroporto de Brasília na terça-feira (22) foram cancelados devido aos protestos,. Segundo a Inframerica, administradora do espaço, a frota de caminhões que leva o querosene de aviação a Brasília ficou retida no entorno do Distrito Federal e não pôde chegar ao aeroporto. As aeronaves viriam de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
É sempre importante lembrar que quase a metade do preço pago pela gasolina são impostos. No diesel a parcela que vai para os cofres públicos, gira em torno de 30%, dependendo da região. Para tentar mostrar que está procurando amenizar o problema, o Governo fez um acordo com o Congresso, representado pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB).
Ficou combinado que um dos impostos que incide sobre o diesel (a Cide) será extinto. Essa taxa significa 1% dos tributos sobre o produto. E mesmo assim só deixará de ser cobrada quando os parlamentares aprovarem a reoneração das folhas de pagamento de vários setores empresariais. Essa reoneração é o fim da isenção de alguns impostos sobre o custo da mão de obras. Ou seja, o Governo não abrirá mão de renda, pois fica sem a Cide sobre o diesel mas garante mais arrecadação sobre custo da mão de obra. E a Cide sobre a gasolina continuará sendo cobrada e repercutindo no custo da cesta básica e outras despesas do brasileiro.
Para cumprir a meta de déficit fiscal para 2018, o Governo não cogita a possibilidade de abrir mão neste ano de parte da arrecadação de impostos. Somente com o aumento do PIS/Cofins, o governo arrecadou cerca de R$ 10 bilhões a mais no ano passado. Para a gasolina, o impacto foi de cerca de R$ 0,40 por litro. Pode parecer pouco, mas faz muita diferença no bolso do trabalhador, sobretudo aqueles que dependem do automóvel para ter o seu ganha pão.
O povo brasileiro não aguenta mais tanto imposto. É fundamental que o governo crie mecanismos para aumentar a geração de empregos. A recuperação econômica está mais lenta nos últimos meses e o Brasil parece caminhar a passos de tartaruga sob o comando do Michel Temer (MDB). Não à toa, o governo divulgou na terça-feira (22) novas previsões para a economia brasileira e reduziu as estimativas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e para a inflação. Se antes o País iria crescer 2,97% ano ano, agora a previsão é de 2,5%. Já a inflação caiu de 3,64% para 3,11%, em um claro sinal de que o consumo das famílias brasileiras diminuiu. A situação vai de mal a pior.
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