Pesquisa aponta que vereador Camilo Cristófaro será cassado

Pesquisa realizada pelo Jornal Folha de São Paulo, com os vereadores na Câmara Municipal de São Paulo, indica que o vereador Camilo Cristófaro deverá ser cassado por uma margem folgada de 5 votos, mais do que o quorum mínimo de 37 exigidos para cassação do vereador. Parecer encaminhado à comissão de Justiça pelo vereador Marlon Luz também sugere a cassação do vereador.

O processo que pode resultar na cassação do vereador Camilo Cristófaro, foi apresentado pelas vereadoras Luana dos Santos Alves da Silva do PSOL (Rep. 157/2022), Sonaira Fernandes de Santana, do partido Republicanos (159/2022), bem como pelo Deputado Federal Alexandre Leite da Silva, do Partido União Brasil, e pela munícipe Carmen da Silva Ferreira. No processo, Camilo é acusado de falas racistas quando, numa sessão virtual, disse a frase “isso é coisa de preto” . Para as vereadoras Camilo feriu o decoro parlamentar, indo de encontro ao Artigo 12o da Resolução 07/2003.

Ao elaborar seu relatório sugerindo a cassação do vereador Camilo Cristófaro, o vereador Marlon Luz, aponta que o vereador já se envolveu em diversos atos de agressão e xingamento, contra vereadores e funcionários da Câmara Municipal.

O vereador George Hato, por exemplo,de origem japonesa, além de ser agredido pelo vereador Camilo nas escadarias do anexo Parque da Independência, no Ipiranga, também, enquanto era criticado pelo parlamentar, o mesmo puxava os olhos com as mãos, num gesto discriminatório. O vereador Fernando Holiday, na época pertencente ao Partido Novo, também foi xingado por Camilo de “Macaco de Auditório”.

Vereadores ouvidos pelo Jornal Ipiranga News também afirmaram que a cassação do Camilo Cristófaro é quase que certa, “ pois ele, durante muito tempo, criou um clima desfavorável a sua permanência no parlamento”

Em sua defesa Camilo Cristófaro afirma que “Um erro…cometi um erro…Eu peço desculpas a toda população negra por esse episódio que destrói toda minha construção política na busca de garantia à cidadania dos paulistanos, principalmente os que têm suas portas de acesso

ao direito diminuído pelo racismo estrutural. Apesar de ter uma fala racista, eu não sou racista em minhas atitudes e com o tempo vocês terão a oportunidade de constatar isso. Eu como humano tenho que me reconstruir para ser um vereador que combate qualquer forma de discriminação, principalmente quando mantenho valores de uma sociedade que está se transformando para melhor, onde todos devem ser respeitados. Venho de uma geração onde as piadinhas eram normais e preciso passar por uma desconstrução desses preconceitos”

Em seu relatório, o vereador Marlon Luz , concluiu que existem elementos para solicitar a “A PERDA DO MANDATO do Vereador Camilo Cristófaro Martins Junior, por conduta ofensiva ao decoro parlamentar feita 18a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito que ocorreu no dia 03 de Maio de 2022, nos termos das Representações contidas nos Processos Disciplinares nos 157/2022, 159/2022, 160/2022 e 169/2022.

O relator do processo de cassação contra o vereador Camilo Cristófaro, conduzido de acordo com as normas e regulamentos internos da Câmara Municipal de São Paulo, garantindo-se o direito à ampla defesa e ao contraditório. A decisão de cassação foi fundamentada e baseada nos princípios democráticos e no respeito à integridade da instituição legislativa.

O vereador Marlon Luz conclui afirmando que “a cassação do mandato parlamentar do vereador Camilo Cristófaro em razão da quebra de decoro parlamentar representa uma resposta firme e necessária diante de condutas que afrontam os valores democráticos e a confiança depositada pelos cidadãos em seus representantes”.

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