Um ato de apoiadores do ex-presidente Lula (PT) tomou as ruas do Heliópolis no sábado (14). Gritando palavras contra a prisão do petista, lideres comunitários, simpatizantes do partido e membros de centrais sindicais e movimentos sociais andaram pelas vielas carregando faixas e cartazes.
A concentração foi na rua da Mina. “Enquanto o Lula não estiver livre, nós vamos para as ruas. Somos um povo que não temos medo de lutar”, disse a moradora Neide Maria.
Na frente da passeata uma faixa vermelha com letras em branco trazia a frase: “Favela de Heliópolis em defesa de Lula e da democracia #EleiçãoSemLulaéFraude#LulaLivre. Caminhando um pouco mais, a assistente comercial Solange Coelho repetia sem parar palavras como “prisão injusta” e “fraudulento”. Muitos dos discursos atacavam o juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato. A Rede Globo também foi tema de criticas. Lideranças locais gritavam em cima do carro de som a frase “A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura e ainda apoia. Lula guerreiro do povo brasileiro”.
A passeata também lembrou um mês da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada no Rio de Janeiro. “Lula livre, Marielle presente”, diziam em coro os manifestantes.
Numa esquina da comunidade, Manoel Pereira, pernambucano que vive em São Paulo desde os anos 1990 e trabalha como pedreiro, gritava: “Tem político que foi muito pior para o povo e não foi nem processado. Isso está errado. O Lula não fez tudo isso que estão falando”. Para ele, o ex-presidente foi importante porque “gerou emprego, levou água para o Nordeste. Lula é do povo. Os outros governam para elite vendem tudo o que é nosso”, completava.
Nem todos concordavam com a manifestação. Nas portas dos comércios, funcionários e clientes gravavam vídeos com o celular. Fazendo um sinal negativo com a cabeça, o vendedor Bruno Silva, desaprovava a ação. “É um absurdo essa mobilização por causa de uma político que roubou. A lei é simples, roubou vai preso”, disse.
Enquanto isso, Antônia Cleide, presidente da UNAS discursava no meio do povo. “Estava em Curitiba a 100 metros de onde o Lula está preso e fiquei pensando quanta injustiça tem neste país em prender aquele que fala a linguagem do povo e não esqueceu do mais pobre. Prenderam o Lula por medo da volta do PT neste País. Estão com medo da volta da politica pública”, afirmou a presidente.
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