Estamos a onze dias de um novo ano. Como é comum nessa época, os brasileiros se dedicam a fazer o balanço dos últimos 365 dias e renovam suas esperanças de que o futuro seja melhor. Não há como classificar de bom esse 2018. Infelizmente, o País viveu uma divisão política nunca vista na história, com uma campanha eleitoral marcada por radicalismo de lado a lado e o surgimento de um fenômeno desagradável, que foram as “fake news” (notícias falsas espalhadas nas redes sociais cujo objetivo era atingir a honra de adversários e inventar qualidades de seus preferidos).
Na economia, tivemos também uma novidade ruim. Os caminhoneiros realizaram uma greve de quase duas semanas, durante as quais o País parou e houve falta de alimentos em muito lugares e até as entregas de materiais cirúrgicos em hospitais foram suspensas. Além desses problemas sérios, ainda tivemos a decepção no nosso esporte mais popular, com o fracasso da seleção comandada por Tite na Copa do Mundo.Mas, o passado serve para se tirar lições e não repetir erros e nesse momento estamos preocupados é com o futuro.
No dia 1º de janeiro, estará assumindo a presidência da República, o ex-deputado e capitão reformado, Jair Bolsonaro. Eleito, com 57 milhões de votos, 10 milhões a mais que seu adversário no segundo turno (o petista Fernando Haddad), ele virou fenômeno político ao se transformar de candidato folclórico e desacreditado a representante da parcela da população que queria mudar os rumos da política. O fato de ele ter sido vítima de um atentado em Juiz de Fora, que quase o matou a facada, contribuiu para essa transformação.
As pesquisas divulgadas nesse semana pelo Ibope (contratada pela Confederação Nacional da Indústria) e pela XP Investimentos mostram uma grande expectativa positiva com o novo Governo. Somados os que acham que seu Governo será ótimo ou bom aos que esperam um governo regular, o percentual de confiança em Bolsonaro chega a 75%. É certo que o envolvimento de um ex-assessor do filho do presidente eleito (senador eleito Flávio Bolsonoro) numa investigação de movimentações atípicas em conta corrente ameaça ser um ponto de dúvida sobre o perfil da nova administração. Afinal, até um cheque de R$ 24 mil dado a futura primeira dama Michele Bolsonaro não foi bem explicado.
A equipe ministerial que assume junto com o presidente tem gerado polêmicas. Os analistas aplaudem os nomes escolhidos para cuidar da economia, colocando todas as esperanças na capacidade do considerado “superministro” Paulo Guedes de implantar as medidas necessárias para fazer o país crescer. Já em áreas como Educação, Saúde e Relações Externas, tudo ainda é incógnita e as declarações contraditórias de membros da equipe deixam a sociedade apreensiva.
É importante que também assumem os cargos os governadores estaduais, com São Paulo continuando em mãos tucanas ao empossar o ex-prefeito João Doria que conseguiu vencer ao colocar-se como apoiador incondicional de Bolsonaro. A maioria dos que conhecem a política aposta que ele se prepara para tentar a presidência em 2022. Fica a dúvida de como será a relação entre os governos federal e estadual, diante desse quadro.
Porém, o importante agora é dar tempo aos eleitos de mostrarem suas soluções para nossos graves problemas, num clima de pacificação. O presidente deve governar para todos e todos devem colaborar fazendo sua parte. Afinal, o Brasil e seu povo merecem ser feliz em 2019 e sempre. Que venha um ótimo Natal e um próspero Ano Novo.
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