Momento decisivo para o Brasil

Nessa semana, os dois principais institutos de pesquisa do Paísdivulgaram seus primeiros levantamentos após a oficialização das candidaturas à Presidência da República. Os resultados foram bem semelhantes. Na segunda feira (20), o Ibope, cuja consulta foi encomendada pela TV Globo e jornal O Estado de S.Paulo, apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança com 37% das intenções de voto, com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) com 18% na segunda posição.
Nessa quarta-feira (22), foi a vez do Datafolha, em pesquisa divulgada pela Folha de S.Paulo, mostrar Lula com 39% e Bolsonaro com 19%. As coletas de opinião foram realizadas com apenas um dia de diferença. O Ibope fez 2002 entrevistas, dias 19 e 20, e o Datafolha ouviu 8.433 pessoas, nos dias 20 e 21.
Ambos os institutos também investigaram o cenário sem a presença do ex-presidente na disputa e divulgaram que, nesse caso, Bolsonaro lidera com 20% (Ibope) ou 22% (Datafolha). Também Marina Silva (Rede) tem sua ascensão apontada nas duas pesquisas. Ela é terceira, quando o líder petista aparece nas opções, e segunda com ele fora do páreo.
Pode parecer muito tempo, mas a eleição não está tão distante. A menos de dois meses para o pleito de outubro, as pesquisas são importantes para os analistas compararem os desempenhos dos candidatos e, sobretudo, ver o que vai funcionar em termos de propaganda. Na próxima semana tem início do horário eleitoral na TV e no rádio.
Uma coisa é fato: a estratégia do PT de valorizar e dar visibilidade a Lula tem funcionado bem. Na comparação com as últimas pesquisas, praticamente todos os rivais estão estagnados enquanto que o ex-presidente, que antes tinha 33% das intenções de voto, subiu acima da margem de erro.
Lula está preso em Curitiba, condenado em segunda instância no caso do triplex no Guarujá. Pela Lei da Ficha Limpa, ele está inelegível. Mesmo assim, o PT registrou a candidatura. O caso está sendo analisado pelo ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso e será decidido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Com Lula fora do páreo, o candidato do PT seria o seu vice na chapa, Fernando Haddad. O ex-prefeito, no entanto, ainda não “decolou”, como se costuma dizer no jargão político Haddad aparece com apenas 4% das intenções de voto em um cenário sem Lula, nas duas pesquisas.
Boa parte dos analistas políticos de Brasília aposta que dificilmente Bolsonaro ficará fora do segundo turno. Isso porque o deputado federal parece ter uma fatia de eleitores cativos, que apoiam as suas propostas extremistas. Com relação a quem seria seu concorrente não é fácil prever. Marina se destaca, mas Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) mostram confiança e Haddad acredita na transferência de votos de Lula.
As campanhas dos candidatos já estão na rua, mas é com propaganda na TV e no rádio que o “bicho vai pegar” para valer. É a partir da semana que vem que o eleitor poderá conhecer as propostas de cada candidato e decidir qual é o melhor nome para tirar o Brasil do atual quadro de grave crise econômica.

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