Na terça-feira (6) foi divulgada pesquisa do Instituto MDA encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) que revelou que apenas 4,3% da população brasileira avalia o governo do presidente da República Michel Temer (MDB) como ótimo ou bom. Em setembro do ano passado, esse índice era de 3,4%. Ou seja, a variação ficou dentro da margem de erro. A pesquisa também mostrou que 20,3% consideram o governo Temer regular (antes era 18%). Aqueles que apontam a gestão do presidente como ruim ou péssima formam a maioria e somam 73,3% da população. Em setembro era 75,6%.
Os nomes mostram que a intervenção federal na área de segurança pública no Rio, decretada em 16 de fevereiro, ainda não surtiu o efeito que Temer esperava. Encarada por especialistas como uma “cartada” do presidente com o objetivo de aumentar a sua popularidade, os números indicam que a estratégia galho.
Temer cogita se candidatar à reeleição para seguir à frente do Palácio do Planalto por mais quatro anos, embora não confirme essa intenção publicamente. Por isso, mudou o rumo da sua administração ao priorizar a pauta de segurança pública e deixar de lado medidas mais impopulares, como a reforma da Previdência.
Ele está pressionado. Na segunda-feira (5), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou a quebra do sigilo bancário do presidente. Barroso é o relator do inquérito que apura suposto pagamento de propina na edição de um decreto sobre o setor de portos.
A decisão atingiu em cheio o Palácio do Planalto. Tanto é que, imediatamente, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), se reuniu com líderes do governo da Câmara e do Congresso na residência do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Escalado por Temer para criticar a quebra de sigilo do presidente, Marum disse que “querem enfraquecer o comandante na guerra contra o crime”, em referência à intervenção federal no Rio.
A intervenção é aprovada por 69% da população, segundo a pequisa CNT/MDA divulgada na terça-feira. Isso, no entanto, não significa que os eleitores passarão a apoiar Temer. Tanto é que 49,1% dos entrevistados avaliam que a medida vai resolver apenas parcialmente o problema da segurança no Estado.
Desde que foi decretada a intervenção, as Forças Armadas já retiraram aproximadamente 230 barricadas em comunidades do Rio de Janeiro. Ao todo, foram realizadas quatro operações pelos militares, duas delas na Vila Kennedy, na Zona Oeste da cidade.
Na esteira da decisão de Temer de assumir o controle da segurança pública do Rio, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também passou a eleger o tema como foco de sua campanha ao Planalto. Em busca de votos e de olho na eleição de outubro, o tucano antecipou a propaganda sobre o combate à criminalidade.
Segurança pública é um assunto muito sério. É um problema que atinge todo o País e não deve ser usado com fins eleitorais. Vidas estão em jogo e são mais importantes do que um punhado de votos.
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