Há 30 anos São Paulo aposentava os ônibus vermelhos

Esse ano estamos comemorando 30 anos que deixou de circular pelas ruas da cidade os ônibus vermelhos de dois andares. Inspirado no sistema de transporte público de Londres, o então prefeito Jânio Quadros trouxe para a cidade, em 1987, os famosos “double-deckers” de Londres. A Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC), que gerenciava o transporte público, trouxe 11 ônibus de dois andares para a cidade. No ano seguinte, mais 26 desses vermelhinhos passaram a circular pelas ruas de São Paulo e receberam o carinhoso apelido de Fofão. Em 1993 foi decretado o fracasso da iniciativa os vermelhos deixaram de circular na cidade. O transporte público em São Paulo sempre foi um grande problema.

Ao assumir a prefeitura de São Paulo, depois de derrotar nas urnas Fernando Henrique Cardoso, o prefeito Jânio Quadros resolveu dotar São Paulo de ônibus de dois andares, pintados de vermelho, igual aos que circulavam em Londres. A princípio a ideia parecia boa, afinal ônibus de dois andares podem carregar o dobro de passageiros.

Em pouco tempo os ônibus encomendados começaram a circular e chamavam a atenção da população e acabou virando atração. Muita gente, inclusive, fazia questão de andar no ônibus só para conhecer o novo meio de transporte e se sentir em “Londres”. Questionado por urbanistas e especialistas em trânsito, os veículos eram defendidos por Jânio como uma solução para o transporte público.

A questão é que São Paulo não é Londres. A cidade não é plana, como Londres e nossas ruas, em função da baixa qualidade do asfalto tem mais buracos do que as crateras da Lua. Além disso, as ladeiras são uma característica da geografia paulistana. Tudo ao contrário das ruas londrinas que tem um asfalto impecável e é uma cidade plana.

Mas Jânio não aceitava a derrota e manteve os ônibus enquanto era prefeito. Os ônibus não conseguiam andar pelas nossas ruas esburacadas, e cheias de remendos, e nem subir as ladeiras. Quando Jânio deixou a prefeitura, o projeto que custou uma fortuna aos cofres da municipalidade, foi abandonado e os ônibus saíram de circulação rapidamente. Hoje fazem parte da história do transporte público de São Paulo e do museu do transporte.

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