A questão da segurança será um desafio extra para os organizadores do Carnaval de São Paulo. A cada ano, a folia nas ruas da Capital tem atraído mais gente. Verdadeiras multidões se aglomeram atrás de trios elétricos. A Prefeitura estima reunir até 15 milhões de foliões na cidade.
No primeiro fim de semana pré-Carnaval, 413 pessoas foram presas, incluindo dois suspeitos de roubar um policial civil em um bloco na Avenida Luís Carlos Berrini, na Zona Sul, além de 127 foragidos da Justiça. No caso registrado no bloco da Berrini, o policial fez disparos com a sua arma. Duas mulheres e três homens foram baleados.
Ao todo, 64.847 pessoas foram abordadas pela polícia. Ou seja, a fiscalização está maior. A torcida é para que o caso da Berrini não passe de uma situação isolada e que a cidade não volte a registrar outras ocorrências desse tipo durante o Carnaval.
Aqueles que estiverem mal intencionados terão uma preocupação a mais este ano. A Secretaria da Segurança do Estado estreou um sistema de reconhecimento facial para identificar suspeitos e foragidos. Isso é um diferencial porque ajuda a tirar do anonimato pessoas que estão sendo procuradas pela Justiça e que passariam despercebidas pelo policiamento. No meio de uma multidão, é complicado detectar pessoas que estão sendo procuradas sem o auxílio da tecnologia.
Durante o Carnaval de Salvador de 2019, por exemplo, a polícia localizou um criminoso foragido da Justiça que estava em um bloco vestido de mulher. Depois, a Polícia Militar da Bahia aperfeiçoou o sistema e, em uma micareta em Feira de Santana, foram presas mais 33 pessoas. O processo de reconhecimento facial tem sido utilizado com frequência em grandes eventos e a Copa América do ano passado foi a primeira competição esportiva do País com esse tipo de tecnologia para identificar torcedores impedidos de entrar nos estádios.
As proporções que o Carnaval de São Paulo tomou nos últimos dias exigem um monitoramento mais detalhado por parte das autoridades. É dever dos governantes aumentar a vigilância principalmente para atuar na prevenção de crimes.
Ao folião, é bom tomar alguns cuidados também como: evitar levar o celular para os blocos e não deixar o aparelho exposto. Para fazer compras, o cartão é o meio mais indicado. Além, é claro de evitar o consumo excessivo de álcool.
Levantamento feito pelas autoridades aponta que milhares de turistas já estão com reservas confirmadas em hotéis de São Paulo para o período do Carnaval. Como muitos ficarão hospedados em residências de amigos e familiares, a estimativa é de que milhões de pessoas de fora da cidade “invadam” São Paulo. Esse movimento traz lucro aos comerciantes, mas também alguns desafios na área da segurança. Pontes de vulnerabilidade ou risco têm de ser atacados para que todos os foliões possam curtir a festa em paz ao lado da família e dos amigos.