O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), semana passada, no Rio, fez a internet ser tomada por uma onda de fake news (notícias falsas) e declarações de ódio. Foi uma demonstração de como falta sensibilidade e informação a grande parte da população brasileira.
O pior é ver gente como o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) divulgando informações falsas sobre a parlamentar. Homem público que é, deveria dar exemplo e acabou fazendo justamente o contrário. No sábado (17), Fraga postou no Twitter uma mensagem que dizia que a Marielle havia engravidado aos 16 anos, era ex-mulher de um traficante e que teria relação com o tráfico e o consumo de drogas.
Após forte repercussão negativa nas redes sociais, Fraga apagou a mensagem e admitiu à TV Globo que não checou a veracidade da informação. Isso, no entanto, não o livrou de uma representação na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão aberta pelos deputados federais Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS). Agora, o parlamentar vai ser investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Fraga não teve a coragem de pedir desculpas nas redes sociais e pode se dar muito mal. O crime de calúnia prevê pena de seis meses a dois anos de detenção e multa. Vale lembrar que o Código Penal diz que a calúnia é punível inclusive contra pessoas já mortas.
Quem também pode ter problemas com a Justiça é a desembargadora Marília de Castro Neves Vieira, da 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ele postou em seu perfil nas redes sociais mensagens falsas sobre a conduta da vereadora Marielle Franco e foi alvo de uma reclamação protocolada pelo PSOL no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia também formalizou uma reclamação disciplinar contra a magistrada.
A desembargadora postou que Marielle foi eleita pelo Comando Vermelho e disse ainda que “qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto outro qualquer”.
Diante de tantas informações falsas sobre Marielle, a TV Globo fez a checagem dos dados e chegou à conclusão de que de fato as notícias divulgadas sobre a vereadora não são verdadeiras. Assim, são grandes as chances de tanto o deputado Fraga como a desembargadora Marília sofrerem algum tipo de punição.
O caso de Marielle é gravíssimo e serve de alerta para as eleições de outubro. Em busca de votos, candidatos e seus apoiadores devem despejar ódio e informações falsas na Internet. O Facebook, por exemplo, sofreu um forte abalo no último sábado (17) com a revelação de que os dados de mais de 50 milhões de pessoas foram utilizados sem o consentimento delas pela empresa americana Cambridge Analytica para fazer propaganda política.
A denúncia levantou dúvidas sobre a transparência e o compromisso da empresa com a proteção de dados dos usuários. Ações do Facebook na Bolsa de Valores caíram mais de 6% somente na segunda-feira (19). A lição a ser tirada de tudo isso é que os internautas devem ficar atentos a esses episódios recentes e só acreditar em veículos de sua confiança e com credibilidade.
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