Chamou atenção a decisão do governador João Doria (PSDB) de anunciar, logo no dia seguinte ao segundo turno das eleições municipais, o retorno do Estado de São Paulo para a fase amarela do plano de combate ao novo coronavírus. Isso significa que, na prática, comércio, bares, restaurantes e eventos culturais terão mais restrições.
O que tem despertado a atenção da população é o fato de os números da pandemia estarem piorando há vários dias em São Paulo, mas o governador ter tomado essa decisão apenas depois de Bruno Covas (também do PSDB) ter sido reeleito em São Paulo após derrotar Guilherme Boulos (PSOL). Principalmente porque muitos municípios do Estado têm apresentado não só aumento no número de casos positivos da covid-19, mas também de mortos e das taxas de ocupação de leitos de UTI. Questões políticas à parte, cabe a cada cidadão fazer a sua parte. O momento é delicado e todos os dias centenas de brasileiros perdem suas vidas vítimas da covid-19.
Quem puder deve ficar em casa o máximo de tempo possível. Comércio, bares e restaurantes continuam abertos, mas já está mais do que provado que aglomerações contribuem – e muito – para o aumento do contágio da covid-19. A bem da verdade é que, ao longo desses meses, a sociedade como um todo relaxou.
No Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 300 pacientes infectados pelo novo coronavírus estão à espera de internação. Nem mesmo o aumento da oferta de leitos está sendo suficiente para atender o número de pacientes graves que chegam às emergências. Na rede do SUS, 91% das UTIs para covid-19 estão ocupadas. Nos hospitais particulares, a taxa também está perto do limite. O quadro é tão grave que um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que acompanha a evolução da pandemia, afirma que o Estado pode sofrer um colapso no atendimento de saúde e, por isso, pediu que as autoridades locais fechem as praias.
Por causa de situações como essa, mesmo com todos os cuidados, a orientação de infectologistas de todo o País é evitar viagens neste fim de ano. O conselho dos especialistas é não participar de encontros, mesmo que a saudade dos amigos e parentes seja grande. Todo tipo de aglomeração não é recomendável neste momento.
A situação só ficará sob controle quando estiver disponível à toda população uma vacina que se mostre eficaz. Por enquanto, ainda não há nenhum imunizante com autorização de uso concedida pela Anvisa.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação contra a covid-19 deve começar no primeiro semestre do próximo ano com idosos, profissionais da saúde e indígenas. A expectativa é imunizar 109,5 milhões de pessoas em um plano dividido em 4 fases. Ou seja, até que seja alcançada a imunização em massa da população brasileira ainda teremos muito tempo pela frente.
Enquanto isso, todos devem ter prudência para controlar a pandemia. De nada adianta colocar a culpa nos governantes se, individualmente, cada cidadão não fizer a sua parte. O combate ao avanço do novo coronavírus é coletivo e depende do esforço de todos.
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