Ivone Soares, mãe do jovem Matheus, hoje com 21 anos, não sabia do talento de suas mãos até o filho começar a frequentar o Instituto Gabi, ong localizada no Jabaquara, criada em 2001 para de atender e apoiar pessoas com deficiência e suas famílias. “Quando o Matheus entrou no Gabi, em 2009, já haviam aulas de artesanato para as mães. Como eu estava lá, resolvi participar. Mas antes disso, era uma atividade que nunca havia despertado o meu interesse”, afirma a mãe.
Aos poucos, Ivone foi descobrindo que tinha jeito e criatividade para criar produtos artesanais. Produz peças em madeira, vidro, decora chinelos e os vende em eventos, do Instituto, exposições, pelo Facebook e na feira de artesanato de Santo Amaro, onde mantém uma banca. “Tenho uma clientela fiel que adora meus produtos. Com as vendas, consigo obter uma ótima renda. Não posso reclamar”.
Para Alessandra Souza, assistente social do Instituto, as aulas de artesanato para as mães dos atendidos ajudam a compor a renda. “Uma pessoa com deficiência intelectual tem suas capacidades reduzidas, requerendo um cuidador para supervisionar as atividades de vida diária e prática. isso faz com que a renda da família fique comprometida, uma vez que este cuidador, normalmente a mãe, não consegue exercer uma atividade fora de casa”, contextualiza.
O projeto ‘O artesanato como fonte de trabalho e renda’ ensina estas cuidadoras a confeccionar produtos artesanais que podem ser vendidos para completar a renda familiar sem comprometer o cuidado da pessoa com deficiência, pois o artesanato pode ser feito na própria residência.
As aulas são ministradas pela artesã Lidu Nascimento, voluntária do Instituto Gabi desde 2010. Ela ensina às mães técnicas de pintura, crochê, fuxico, produção de flores artificiais e produtos com EVA, entre outras. O maior ganho, segundo Lidu, é ver como o artesanato faz bem às mães. “Cuidar de uma pessoa com deficiência exige muita dedicação. Durante as aulas, elas interagem, conversam, trocam experiências. É um momento de renovação”.
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