Baccarelli lança projeto para construir sala de teatro em Heliópolis

A Bolsa de Valores (B3), lançou na manha de quinta-feira (9), o projeto para a construção da nova sala de concertos do Instituto Baccarelli. A sala será construída em Heliópolis e já recebeu o nome de Teatro Baccarelli. O lançamento na B3 tem por objetivo sensibilizar as empresas listadas na Bolsa de Valores a aplicar recursos com base na Lei Rouanet, cujo projeto já foi aprovado.
A sala, que se tornará palco da população de Heliópolis – maior favela da cidade de São Paulo, será construida em um terreno que faz parte do complexo ocupado pelo Instituto Bacarelli, que fica na Estrada das Lágrimas, 2.317. O Instituto atua na região há mais de 26 anos.
Participaram do evento, empresários e autoridades como a secretaria da Cultura Margareth Menezes, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes e Guilherme Afif, secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, e Ana Buchain, diretora da B3.
A abertura do lançamento foi realizada pelo jornalista Carlos Tramontina, que fez questão de engrandecer o momento. “Quando o maestro me procurou, logo aceitei. Me sinto em um momento de alegria, participando deste encontro e honrado por fazer parte desse instante que celebra uma iniciativa que vai gerar impacto na vida de centenas de milhares de pessoas. Sem dúvidas o
Teatro Bacarrelli consolida um compromisso do Instituto com seu trabalho continuado por meio da educação, da cultura, questões fundamentais na nossa sociedade”, pontou Tramontina.
Patrocinadora do Instituto Baccarelli desde 2022, a B3 é parceira fundamental na manutenção das atividades artístico-pedagógicas da instituição, que beneficiam anualmente mais de 1.200 alunos e alunas. Em 2023, deu início a outro importante capítulo desta história: a B3 foi a primeira empresa a patrocinar o teatro, inaugurando a captação de recursos para a construção deste moderno equipamento. Por esse motivo, cede seu espaço para que o Instituto possa realizar o evento que promove a iniciativa.
“Estamos muito felizes em abrir a porta do espaço B3 para que possamos celebrar o projeto de captação de recursos para construção do Teatro Bacacarelli. A missão do Instituto, se cruza diretamente com os valores da B3.
Nós acreditamos fortemente que é através da educação, a arte e a cultura, que vamos alcançar a construção de uma sociedade mais justa. Nos enche de orgulho saber que fomos a primeira empresa a investir nesse projeto do teatro”, disse a diretora da Bolsa de Valores.
“Agradeço a B3 por nos ceder esse espaço, comprar essa ideia e permitir que a gente [Instituto Baccarelli] lançasse a ideia de um equipamento cultural em uma favela, simbolicamente na área onde as grandes empresas fazem o lançamento de ações”, começou discursando Edilson Ventureli, diretor executivo do Instituto Baccarelli.
O prefeito de São Paulo destacou a alegria de poder estar em um evento tão importante e necessário para a comunidade do Heliópolis, salientando a importância do Instituto Baccarelli para o desenvolvimento cultural de milhares de pessoas. “Quando a gente vem para a periferia e vê as coisas acontecendo, oportunidades sendo dadas para o povo é muito gratificante. Vocês fazerem esse teatro com a ajuda e tanta gente, cada tijolinho será um símbolo e uma representação da realização do sonho de muita gente”, afirmou ele.
No evento, o arquiteto Frank Sciciliano discursou sobre como será a estrutura e capacitação do teatro, que terá capacidade total para mais de 500 espectadores, sendo moderno e funcional, e totalmente equipado para receber diversos tipos de espetáculos. Entre os recursos previstos estão uma central de audiovisual que tornará o teatro 100% autônomo para gravações e transmissões ao vivo, e um fosso móvel para encenação de óperas e balés, além de equipamentos técnicos completos, espaço de acervo e uma biblioteca.
Atualmente, são 5 mil m² de área construída, abrangendo dois prédios – um
administrativo, e outro dedicado a salas de estudo e ensaio em música.
Com alto padrão de qualidade, o prédio de Heliópolis é
comparável às instalações mais bem conceituadas de instituições musicais do Brasil.
“Cuide bem da arte e da música, pois elas são um passaporte. Toda a minha experiência de 35 anos de carreira me da a certeza de como é importante nós cuidarmos da arte e da cultura do nosso país. Para mim, estar aqui nesse momento, onde estamos buscando a sensibilidade e o apoio das empresas para fazer acontecer um teatro que será um equipamento que vai impactar a comunidade de Heliópolis e deixar marcado na história do Brasil todos que
participaram desta ação. Com certeza outros movimentos, pensamentos, irão surgir a partir desse”, contou animada a Ministra Margareth Menezes.
Com uma parte do orçamento – R$ 37,4 milhões – já captada, uma nova campanha de arrecadação será realizada para as obras, que deverão começar em julho, com duração prevista de um ano. O encontro serviu, também para captação de mais verbas para a construção do teatro. A primeira empresa a fazer um aporte foi o Itaú Social com 4 milhões para as obras, que deverão ser concluídas em setembro de 2024. A Sabesp também é uma
patrocinadora do projeto.
Também discursaram no encontro, Guilherme Afif e Laura Ferreira, aluna do Instituto. “Quando eu conheci o Baccarelli tinha apenas 4 anos e assim que entrei, percebi que minha vida ia ser transformada: e realmente foi! Amo e tenho muito orgulho do que o Instituto Baccarelli foi e é para todos nós”, disse a aluna.
Sobre a construção do teatro, Ferreira apontou que: “amigos, famílias e vizinhos poderão assistir às nossas apresentações. Será uma grande transformação para todos nós, então agradeço a Deus por tudo o que aconteceu e vai acontecer com o teatro e a todos os professores, minha família e as de todos os alunos e nossos patrocinadores por tudo. Muito obrigada, de coração”.
O Teatro Baccarelli dará palco aos artistas e a todas as formas artísticas que se manifestam hoje na comunidade sem um local de visibilidade, prestígio e respeito. Pela primeira vez, as múltiplas e contemporâneas expressões culturais de uma das maiores favelas da América Latina terão onde se apresentar. E o farão em pé de igualdade com o que há de mais significativo na cena nacional.

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