A posse de Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos na quarta-feira (20) interessa – e muito – aos brasileiros. É preciso, por exemplo, destacar a frase de Biden em seu discurso, na qual ele afirma que “a democracia, mais uma vez, prevaleceu” com a derrota de Donald Trump. Foi um duro recado não só para os extremistas dos EUA. Aqui no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer na segunda-feira (18) que são “Forças Armadas decidem se vai haver democracia”, e não o povo.
Se antes Bolsonaro acreditava haver algum tipo de alinhamento entre Brasil e Estados Unidos por causa de Trump, com a chegada de Biden à Casa Branca a história será bem diferente. A lista de desafios à diplomacia brasileira é extensa. Especialistas são taxativos em apontar que a agenda ambiental e de sustentabilidade passará a ser central e, consequentemente, terá influência sobre comércio e investimentos.
O momento em todo o mundo não é de divisão, mas sim de unificação. Assim como aqui no Brasil – muito por responsabilidade de Trump e Bolsonaro – os efeitos da pandemia do novo coronavírus são drásticos. A covid-19 tirou a vida de milhares de pessoas e abalou a economia dos dois países.
Talvez a primeira coisa que Bolsonaro terá de fazer será convencer Biden que está realmente comprometido a preservar o meio ambiente, sobretudo em relação ao desmatamento da Floresta Amazônica. A imagem do Brasil está extremamente arranhada por causa da postura do governo Bolsonaro em relação a um tema tão caro para os americanos. Mostrar união para combater as mudanças climáticas pode ser fundamental para que os dois países avancem nas demais pautas de interesse mútuo.
Mesmo em meio à pandemia, é fundamental que Bolsonaro e Biden discutam a retomada do fluxo de passageiros entre os dois países, que foi interrompido por questões sanitárias. Voltar a restabelecer a circulação de brasileiros e americanos poderá contribuir muito para a melhora do ambiente de negócios e que o País receba investimentos estrangeiros. Vale lembrar que o comércio bilateral entre os dois países caiu quase 25% em 2020 e nem tudo foi apenas culpa da pandemia. Barreiras às exportações precisam ser derrubadas o quanto antes.
A pandemia escancarou a necessidade de uma boa diplomacia. O Brasil, por exemplo, deu o pontapé na campanha de vacinação no último domingo, mas é possível que o País não consiga manter o ritmo de imunização pelos próximos meses porque está com dificuldades para importar os insumos necessários, que estão parados na China. Tudo isso é um claro reflexo dos problemas criados pelo governo Bolsonaro com o governo chinês nos últimos dois anos. Agora, a conta chegou, prejudicando todos os brasileiros.
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