Museu do Ipiranga, meu xodó

*Domingos Dissei

Nasci no Ipiranga, onde também nasceram meus filhos, meus netos e meu irmão Artur. Tenho uma ligação afetiva, profissional e de amor pelo Ipiranga muito grande. Aqui, foi onde meu pai, Artur Dissei, iniciou sua atividade empresarial com um pequeno depósito de material de construção, logo passando, ao lado de meu tio, para uma pequena construtora, até surgir a Dissei Engenharia (meu irmão se formou na Politécnica e eu na Escola de Engenharia Mauá).
Foi no Ipiranga, levado pelas mãos do saudoso vereador Osvaldo Giannotti, que acabei sendo convencido a entrar na política e, para surpresa, na minha primeira disputa, no ano de 1996, recebi mais de 46 mil votos, o equivalente hoje, com o crescimento eleitoral da cidade, a mais de 100 mil votos. No meio político, foi uma votação surpreendente, mas para o ipiranguista, nada mais do que um atestado de confiança em seu “filho”. Não decepcionei. Em nome dos ipiranguistas, busquei e consegui melhorias para o bairro nas áreas da saúde e da educação. Obtive, também, melhorias no sistema viário, na iluminação de vias públicas, além de levar asfalto às mais distantes regiões do bairro.
Fiz, pelo Ipiranga, o que estava ao meu alcance como vereador. Mas sempre tive um xodó pelo Museu do Ipiranga, onde, ainda criança e levado por minhas professoras, conheci parte da história do Brasil. E o Parque da Independência, onde passei muitas tardes andando de carinho de rolemã ou soltando pipa.
Na condição de vereador, fiz o que pude pelo Museu, pois ele é um patrimônio administrado pelo Estado, mas ajudei a recuperar as fontes luminosas, o jardim francês (minha esposa, Suely, ajudou muito na escolha das flores vindas de Roselândia) e a pista de coopper, localizada nos fundos do Museu.
Fiquei triste ao saber, em 2013, que o Museu fechara, pois estava ameaçado de desabar. Mas hoje, quando o Ipiranga comemora 436 anos e o ipiranguista sabe que, graças à iniciativa privada, as obras de recuperação do Museu atingiram 25% do seu total, e que está sendo repaginado para ser entregue em 2022, no ano do Bicentenário da Independência. Como ipiranguista, fico muito feliz, na certeza de que o Ipiranga voltará a ser lembrado por abrigar um dos mais importantes museus do mundo e de que muitas crianças, inclusive meus netos, vão conhecer, através dele, parte da história do Brasil, graças às obras que ali estão expostas. Parabéns, Ipiranga.
*Domingos Dissei foi vereador, eleito pelo Ipiranga por 4 legislaturas, e hoje é Conselheiro do Tribunal de Contas do Município