Os cemitérios municipais de São Paulo não saem da mira de bandidos, que há anos dão prejuízo às famílias concessionárias de túmulos nesses estabelecimentos. Os marginais levam placas de bronze, cobre ou alumínio, além de peças de mármore e outros objetos deixados nas sepulturas. A Prefeitura tenta inibir a ação dos criminosos, aumentando o número de rondas dos guardas civis metropolitanos (GCM) e até o efetivo de agentes, mas a medida até agora não surtiu efeito.
Uma das necrópoles em que os casos se repetem com freqüência é o Cemitério Vila Mariana, que além dos furtos é alvo de reclamações quanto à manutenção. “A última vez que estive aqui foi há quase um ano, no enterro do meu irmão”, lembra uma corretora de imóveis, que pede para ser identificada apenas como Natália. “Uma prima me ligou, dizendo que os túmulos vêm sendo violados, vim ver como estava o jazigo da família e fiquei impressionada com o acúmulo de lixo”, diz ela.
Mauro Marcelino conta que o túmulo da família foi praticamente destruído e vinha servindo como esconderijo de moradores de rua. “Cheguei aqui e encontrei várias pessoas com aspecto de drogadas em volta da nossa campa”, ele recorda. “Eles tentaram me cercar e tive de sair às presas do cemitério”, observa. “A Prefeitura informou por meio de nota que “os túmulos são de propriedade particular e, portanto, todos os reparos, identificação e manutenção são de responsabilidade dos concessionários que possuem um jazigo ou responsáveis que têm ali um ente sepultado”.
A nota diz também que “a limpeza é realizada por empresa contratada, que faz o serviço diariamente”. Acrescenta que, “nos últimos dias, em razão das chuvas e ventanias, o trabalho tem sido intensificado, a fim de recolher as folhas e galhos no local”. Explica ainda que o “Cemitério Vila Mariana funciona diariamente, das 7h às 17h, e possui equipe, atualmente de 14 pessoas”.
A Prefeitura afirma também que, ao tomar conhecimento de um furto dentro do cemitério, a administração providencia imediatamente o registro do boletim de ocorrência. “Os munícipes são orientados a também efetuarem o BO, para mensurar quais itens foram furtados do túmulo e, ainda, a substituírem os adornos por outros sem valor comercial”, diz a nota. “A GCM tem ampliado as rondas em cemitérios, com o destacamento de equipes formadas por agentes da DEAC (Diária Especial de Atividade Complementar), realizado pelos guardas nos dias de folga”. A nota traz também o balanço das operações dos guardas civis até 1º de novembro: 59 pessoas conduzidas aos distritos policiais por suspeita de furto, com 25 estátuas, 1.325 peças de bronze e 75 portões de bronze recuperados. As ações resultaram na localização de uma tonelada de bronze.
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