Os leitores que acompanham esse jornal devem se recordar que o título da “Nossa Opinião” que chegou às casas da região e repercutiu emnossas rede sociais, na última semana de 2018 foi “O Brasil merece ser feliz em 2019”. Havia uma expectativagrande com a posse do novo presidente e dos governadores estaduais, além do Congresso Nacional e das assembleias legislativas. Tínhamos saído de uma disputa eleitoral acirrada que dividiu a população e cujo resultado prenunciava mudanças na maneira de administrar o País.
O conceito de “ser feliz”,quando se pensa em uma Nação, envolve muitos aspectos. Sem dúvida, a economia pode ser considerada o mais forte dos sinais de que o povo vai bem. Afinal, ter emprego, com salários que permitam manter um nível de vida digno e sonhar com um futuro melhor é o que todos brasileiros e todas brasileiras sempre querem. Porém, há também a necessidade de ter garantia de saúde, boa educação e segurança.
Podemos dizer que a sensação de um país feliz se completa com a paz entre as pessoas e o império da conciliação. Infelizmente, neste momento em que temos a tradição de fazer um balanço do ano que se encerra, somos obrigados a admitir que a meta da felicidade não foi alcançada no País em 2019 e precisamos que 2020 seja bem melhor do que foram os últimos 365 dias.
Se na economia, começamos a ver os primeiros sinais de que é possível uma recuperação durante o próximo ano, na questão da administração pública e da política, as perspectivas não são boas. Além de continuarmos vendo hospitais públicos sem materiais básicos para atendimento e com filas enormes de doentesnecessitando de tratamento, escolas deterioradas e ruas violentas, ainda verificamos a permanência da extrema polarização política. Esse clima pesado é, em muito, fomentado pelo governo federal, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, e por alguns oposicionistas que fingem esquecer que as eleições passaram e passa da hora de o país se unir para superar as dificuldades.
É importante registrar que a grande mudança na economia nesse anofoi a reforma da Previdência, um tema polêmico, cujo resultado continua sendo criticado por muitos especialistas por ter sacrificado os mais pobres. Foi a reforma possível. que saiu graças ao esforço do Congresso Nacional. Esse mesmo congresso, por outro lado, encerra o ano com a mancha de ter tentado tirar mais de R$ 2,5 bilhões do orçamento para bancar as campanhas eleitorais do ano que vem.
Também o presidente Jair Bolsonaro teve comportamento bipolar em seu inicio de governo. Assumiu tentando cumprir a promessa de formar uma equipe de ministros sem atender a ingerências políticas. Realmente, ele não ouviu poucos deputados e senadores. Se conseguiu ter bons técnicos em áreas importantes como Economia,Infraestrutura e Minas e Energia, acabou nomeando pessoas totalmente despreparadas para a função, levando em conta pedidos de lobbies religiosos e empresariais. Com isso, entregou as relações internacionais, a questão dos direitos humanos, os problemas do meio ambiente, e até o fundamental setor da educação a pessoas que poderiam ser apenas folclóricas se não estivessem produzindo resultados dramáticos e prejudicando a imagem do país em todo mundo.
Como resultado de suas escolhas equivocadas, somadas a suas declarações polêmicas desnecessárias, Bolsonaro, eleito com 55% dos votos válidos hoje tem a menor aprovação de um presidente em inicio de mandato (em torno de 30%) das últimas décadas.
São muitas as pessoas que acreditam que 2020 será melhor que 2019. No momento em que agradecemos aos nossos leitores e anunciantes o apoio recebido nesse ano, desejamos a todos um Feliz Natal e um 2020 muito feliz. O Brasil merece.
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