Mais de 20 carros são roubados em 24 horas

Ladrões especializados no roubo de automóveis aproveitaram o feriado da Proclamação da República, na sexta-feira (15), para tocar o terror no Jardim da Saúde e em bairros vizinhos. A quadrilha fez um arrastão entre o final da tarde de quinta-feira (14) e a madrugada de sábado (16), e levou 22 veículos, todos recuperados, horas depois, pela PM na favela Heliópolis. O número de ataques deve ter sido maior, pois algumas vítimas localizaram sozinhas os carros e não fizeram BO.
Os bandidos chegaram ao bairro com um plano já definido: eles fecharam ruas com caminhões e carros, surpreendendo os motoristas. Estes eram cercados e, além do carro, eram obrigados a entregar celulares, dinheiro e outros pertences. O arrastão estendeu-se até o Ipiranga, onde pelo menos dois carros foram roubados. As vítimas não esconderam o medo, pois, segundo disseram, os assaltantes foram violentos. “Um rapaz que aparentava ser menor pôs o cano do revólver na minha nuca e repetiu várias vezes que iria me matar”, contou um motorista.
A sensação de medo não é nova entre os moradores do Jardim da Saúde. Eles reclamam, há pelo menos cinco anos, dos roubos seqüenciais a residências, de automóveis e de assaltos a pedestres. Uma das causas do temor da população é a favela Boqueirão, entre as ruas Dom Macário e do Boqueirão. De lá saem os autores dos crimes. Saem também os “olheiros”, que fotografam e gravam em vídeo alvos de futuros ataques. E não se importam que nos imóveis câmeras de monitoramento também os filmam.
Preocupadas com o aumento nos índices de criminalidade no bairro, as lideranças locais criaram no WhatsApp o grupo Jardim da Saúde – Segurança, no qual os integrantes mostram em tempo real, por meio de gravações, a presença de pessoas suspeitas no bairro. Eles também pedem ajuda para roubos em andamento ou prestes a ocorrer. Outra ferramenta importante no combate aos ladrões é o Programa Vizinhança Solidária, idealizado há cerca de três anos pelo capitão César Leite, então comandante da 3ª Cia do 46º BPM/M. “Meu medo é tão grande que, quando chego em casa, olho bem se não há por perto pessoas estranhas. Se houver, dou duas, três voltas no quarteirão, até que não tenha mais ninguém”, revelou um morador da rua Prisciliana Duarte, uma das mais visadas pelos bandidos. “No tempo dos meus pais, o portão era baixo e não havia fechadura”, ele recordou. “Mas agora, tive de aumentar o tamanho do muro e colocar trancas no portão e nas portas”, ele comentou, decepcionado.

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