A professora de tecnologia da EMEF Ary Parreiras, na Vila Babilônia, Débora Garofalo, comprovou que ensinar com amor, ouvir com paciência e repetir com entusiasmo cada ensinamento quantas vezes for preciso dá bons resultados. Débora e Jayse Ferreira, professor de Educação Artística na Escola de Referência em Itambé, Pernambuco foram os únicos brasileiros na lista final dos 50 melhores educadores do mundo, e seguem com chances de ganhar Global Teacher Prize, considerado o “prêmio Nobel da Educação”.
Débora foi selecionada entre mais de 10 mil candidatos de 179 países de todo o mundo. A lista dos 50 finalistas tem representantes de 39 países. Para a escolha, o comitê de premiação leva em consideração o emprego de práticas educacionais, inovadoras, que tenham resultados visíveis, causem impacto na comunidade, melhorem a profissão docente e ajudem os alunos a tornarem-se cidadãos.
Formada em letras e pedagogia com pós-graduação em língua portuguesa, Débora leciona matérias de tecnologia e robótica na EMEF. Em suas aulas com estudantes de 6 a 14 anos, a ideia é fomentar o protagonismo do aluno a partir da aprendizagem criativa, das experiências e conhecimentos prévios dos alunos e do uso reflexivo das tecnologias.
A professora criou o projeto “Robótica com sucata promovendo a sustentabilidade”que começou driblando a falta de kits com materiais de sucata, como garrafas, tampinhas e canudos servem como ferramentas para construir carrinhos e brinquedos automatizados. Mais de uma tonelada de material eletrônico já foi usada nas aulas de Débora. “Eu queria desmistificar que usar a tecnologia é somente usar o computador. A tecnologia vai além disso. Ela pode ser uma ferramenta de aprendizagem. Muitos falavam que nosso trabalho era artesanato. Precisávamos programar, prototipar”, explica. Dentro os projetos de seus alunos estão robôs, carros, barcos, aviões e até máquinas de refrigerante.
O projeto de Débora acumula uma série de reconhecimentos recentes. No último mês de novembro, ela foi vencedora do Prêmio Professores do Brasil e, além disso, a metodologia criada por ela foi incluída nas diretrizes de formação adotadas pelo CIEB (Centro de Inovação para Educação Brasileira) e serve como referência para outros professores interessados em educação mão na massa. Débora também foi finalista de Aprendizagem Criativa da Fundação Lemann/MIT Media Lab e do Prêmio Claudia na categoria políticas públicas.
Para disseminar a prática em outras escolas, ela já realizou formações no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Foz do Iguaçu (PR), Salvador (BA), Recife (PE) e Manaus (AM).
Eles agora aguardam a próxima etapa da disputa pelo prêmio de US$ 1 milhão, que será entregue em março de 2019, em Dubai, capital dos Emirados Árabes.
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