O segundo turno das eleições para governador e presidente virou uma espécie de “vale tudo” nas redes sociais tamanha a enxurrada de notícias falsas disseminadas por apoiadores dos candidatos. O caso é gravíssimo porque esse tipo de desinformação tem influenciado o voto de muita gente e pode decidir a eleição.
O ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por exemplo, determinou a remoção de seis postagens no Facebook e no YouTube em que o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, faz críticas ao livro “Aparelho sexual e cia.” e afirma que a obra integraria material a ser distribuído a escolas públicas na época em que Fernando Haddad (PT) comandava o Ministério da Educação.
A verdade, no entanto, é que o MEC já afirmou em diversas oportunidades que não produziu, nem adquiriu ou distribuiu “Aparelho Sexual e cia.”. O livro nem sequer foi indicado nas listas oficiais de material didático. Na terça-feira (16), o Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições do TSE se reuniu por teleconferência com representantes do WhatsApp para discutir a proliferação de notícias falsas no aplicativo.
A distribuição de notícias falsas é tão grave que os principais veículos de comunicação do País estão alertando os brasileiros sobre conteúdos duvidosos disseminados na internet ou pelo celular. Há vários meses, jornalistas especializados monitoram diariamente mensagens suspeitas compartilhadas nas redes sociais e por aplicativos como o WhatsApp e confrontam as versões dadas como oficiais para impedir a difusão de rumores. Na impossibilidade de identificar a origem da mensagem, a checagem tem como objetivo esclarecer ao público o que é notícia e o que é falso.
Para aqueles que compartilham conteúdos falsos e achando que isso não passa de brincadeira, é importante deixar claro que esse tipo de atitude coloca em risco a democracia. Especialistas apontam, inclusive, que a desinformação foi decisiva nas eleições nos Estados Unidos que elegeram Donald Trump.
Sobram maus exemplos e, para piorar, os disseminadores de notícias falsas usam imagens de jornais com credibilidade na tentativa de enganar os eleitores. Circulam nas redes sociais, por exemplo, um print como se fosse da Folha de S.Paulo. Nele consta a manchete “Encontro de Bolsonaro com o Bispo Edir Macedo gera polêmica ao sugerir a troca da imagem da padroeira do Brasil”. A postagem é falsa.
Pesquisa Ibope para presidente divulgada na segunda-feira (15) apontou qual é a opinião dos eleitores sobre os candidatos. O levantamento revelou que 41% votará com certeza em Jair Bolsonaro. Com relação a Fernando Haddad, o índice é de 28%.
Isso mostra que tem muita gente que pode mudar a sua intenção de voto restando dez dias para a eleição. Institutos de pesquisa confirmam que a vantagem de Bolsonaro construída no primeiro turno é grande e aumentou nesta reta final, mas o voto do eleitor não pode ser influenciado por notícias falsas.
Os eleitores precisam analisar com calma as propostas (verdadeiras) de cada um dos candidatos e compará-las para, então, decidir qual é a melhor opção para governar o País pelos próximos quatro anos. O voto é individual e secreto. O eleitor tem de ficar bem com a sua consciência. Isso é o mais importante.
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