Estudo divulgado quarta-feira (29) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontou que no Brasil existem mais de sete milhões alunos com dois ou mais anos de atraso escolar no Ensino Médio. O dado é preocupante sobretudo porque revela que os mais afetados são meninas e meninos vindos das camadas mais pobres da sociedade.
É urgente desenvolver estratégias específicas para alcançar esses diferentes grupos populacionais, reverter este cenário e garantir trajetórias de sucesso escolar. Um país que não educa corretamente os seus jovens não consegue se desenvolver para garantir direitos básicos à população.
Os candidatos à eleição de outubro, ao invés que trocarem farpas entre si, precisam estabelecer políticas públicas específicas para combater o fracasso escolar com foco nos mais vulneráveis. Uma das frases mas faladas pelos políticos é que “a Educação é a base de tudo”. Essa, no entanto, não deve ser apenas uma retórica de candidato. A Educação tem de ser o pilar central do projeto de Nação do Brasil. Está mais do que comprovado que um país que investe em educação reduz os índices de criminalidade, melhora a saúde pública e outros setores.
É fundamental também desenvolver propostas pedagógicas para evitar o abandono escolar. Diante da grave crise econômica que o Brasil vem enfrentando há vários anos, milhares de jovens deixam de estudar para trabalhar e ajudar no sustento da família. O investimento em escola pública contribuiu, inclusive, para uma maior diversidade nas universidades, algo tão importante para o desenvolvimento do País.
A forma como a renda se concentrou nas últimas décadas no Brasil é um ponto a ser analisado. É hora de fazer esforços para diminuir a diferença entre os mais ricos e os miseráveis. Não se trata de priorizar políticas assistencialistas de distribuição de recursos. É preciso dar aos mais pobres oportunidade de participar do mercado como consumidores e produtores e isso só se consegue com Educação
Uma das soluções é oferecer ensino em tempo integral, com cursos profissionalizantes, por exemplo. Outro ponto fundamental na área da educação é com relação às bolsas no ensino superior. Neste ano, o Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) chegou a alertar que, caso o governo federal mantivesse a decisão de cortar 11% do Orçamento do órgão para o ano que vem, podiam ser suspensos os pagamentos de todos os bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado a partir de agosto de 2019. Mais de 93 mil estudantes e pesquisadores podiam ser atingidos pelos cortes das bolsas.
Melhorar a Educação brasileira não deve ser uma causa de um só candidato ou setor. Todos devem estar envolvidos, inclusive as empresas. O governo precisa oferecer um sistema que dê oportunidades a todos de se preparar e se qualificar decentemente para concorrer em condições de igualmente com qualquer profissional, seja ele da vizinha Argentina ou do distante Japão. Não precisamos e nem devemos ficar reféns do conhecimento que vem de fora. O Brasil tem condições e potencial não apenas para formar profissionais de ponta, mas também para exportar-los. Por que não?
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