Passada a Copa do Mundo, as atenções do noticiário se voltam para a eleições e a população brasileira tem de ficar muita atenta à disseminação de notícias falsas nas redes sociais. O que não faltam são perfis criados com o único objetivo de tentar enganar o eleitor e favorecer determinados candidatos.
Tudo é feito para gerar mais cliques e, consequentemente, seguidores. Fato é que as notícias falsas devem der papel central nas eleições de outubro. Infelizmente, todos os candidatos acabam sendo vítimas em um ambiente dominado por esse novo fenômeno da Internet.
Na quarta-feira (25), por exemplo, após rigorosa investigação, o Facebook retirou do ar uma rede de páginas e contas usadas para divulgação de notícias falsas por membros do grupo de extrema-direita Movimento Brasil Livre (MBL). A ação faz parte de uma ofensiva para reprimir perfis enganosos que tentam influenciar a opinião pública antes das eleições de outubro.
Ao todo, o Facebook desativou 196 páginas e 87 contas no Brasil. A acusação foi de participação em “uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”.
Vale lembrar que o MBL teve bastante destaque ao liderar protestos em 2016 pedindo o impeachment da presidente Dilma Roussefff e ganhou força ultimamente. As páginas desativadas pelo Facebook na quarta-feira, juntas, tinham mais de 500 mil seguidores e publicavam notícias sensacionalistas relacionadas a temas políticos.
Um dos problemas identificados pelo Facebook foi o fato de o conteúdo compartilhado pelas páginas ser deturpado. Membros do MBL divulgavam mensagens coordenadas como se as notícias viessem de diferentes veículos de comunicação independentes.
O combate contra contas falsas e outros tipos de perfis enganosos é um dos principais desafios da Internet atualmente. Não é uma problema exclusivo do Brasil. Muito pelo contrário. Grupos políticos que usam as redes sociais para enganar as pessoas têm surgido em todo o mundo nos últimos anos.
Recentemente, o juiz federal Sérgio Moro foi alvo da boataria que circula pelas redes sociais. Uma falsa entrevista publicada pelos sites ‘News Atual’ e ‘Diário do Brasil’ buscava idolatrar sua imagem com o título “Medo de morrer? Não! Já lidei com traficantes perigosos”. Além do Facebook, as pessoas têm recebido centenas de textos, áudios, fotos e vídeos suspeitos no WhatsApp e o aplicativo acabou se transformando em uma ferramenta muito usada na proliferação de notícias falsas.
Nos próximos meses, sobretudo por causa das eleições, é fundamental a checagem de fatos para desmentir boatos. A colaboração da população é fundamental para impedir a disseminação de notícias falsas. Só melhorando o ambiente de informações no contexto eleitoral é que teremos uma democracia verdadeiramente consolidada.
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