O maior legado da Copa do Mundo da Rússia, encerrada no último domingo, foi o marco de uma nova ordem no futebol. Com o título conquistado pela França após vitória por 4 a 2 contra a Croácia, em Moscou, novas figuras do mundo da bola deverão assumir o protagonismo, ocupado nos últimos anos por personagens como Cristiano Ronaldo e Messi. É, por essas e outras, que talvez não exista esporte mais democrático do que o futebol.
Nomes como Mbappé, Pogba, Griezmann passaram a ser conhecidos pelos torcedores de todo o mundo, assim como Rakitic, Modric, Perisic e Mandzukic. Estamos diante de uma nova realidade. Vale ainda destacar Didier Deschamps, campeão mundial como treinador e jogador, como os lendários Zagallo e Beckenbauer. A França não encantou na Copa, mas foi eficiente. Seu título deixou algumas lições e não há dúvidas de que seu estilo conservador é extremamente eficiente. Esse é o futebol moderno.
Campeão mundial em 1998 como jogador, Deschamps conseguiu transformar uma equipe desacreditada em campeã do mundo. Se, em 2012, quando ele assumiu a seleção, todo mundo duvidava da força do time, agora a França é temida pelos adversários. Apesar de ter ótimos talentos individuais, essa França se destaca pela organização tática e o jogo coletivo. A seleção francesa sintetiza todas as características que um time precisa para ser campeão do mundo: talento, velocidade e uma defesa segura, que corre poucos riscos.
Quem mais chama atenção, no entanto, é o fenômeno Mbappé, principal candidato a assumir o reinado do futebol. Aos 19 anos, o garoto segue a cartilha dos verdadeiros craques. Algumas pessoas, inclusive, já o comparam a Pelé. Exageros à parte, Mbappé não é apenas o futuro da França. Já é o presente, uma realidade reconhecida internacionalmente pelo seu talento. Assim como os outros garotos desta seleção: Dembélé, Tolisso, Umtiti, Pavard e Hernandez.
Mbappé tende a superar Neymar como o xodó absoluto da torcida do Paris Saint-Germain. Se isso acontecer, Neymar enfrentará na França o mesmo cenário de Barcelona, quando era coadjuvante de Messi. Se o brasileiro já enfrentava problemas para consolidar-se como o ídolo máximo do clube, sua performance na Copa da Rússia e seus atos teatrais deixam em aberto o papel de Neymar daqui pra frente na equipe de Paris.
Ao Brasil ficaram algumas lições. A França, por exemplo, mostrou para Tite e a sua dezena de auxiliares estudiosos que a Bélgica não é nenhum bicho de sete cabeças. Não há muitas explicações para a eliminação precoce do Brasil. A seleção perdeu porque o adversário foi melhor.
Faltou a Tite preparar melhor os seus jogadores para as adversidades que uma Copa do Mundo apresenta às seleções. É um torneio de tiro curto, com apenas sete jogos. Qualquer erro é fatal. Sobretudo no primeiro tempo, a Bélgica foi superior. Bem armada taticamente, deu um “nó” na cabeça de Tite, que demorou para entender como o adversário estava montado. Que o erro não se repita em 2022.
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