Que o futebol é a paixão brasileira, isso ninguém discute. Quando mulheres entram em campo, isso sim gera discussão. E não apenas em campo. O assunto foi levado para dentro das escolas e as meninas têm reivindicado a participação delas cada vez mais na modalidade, dentro das aulas de Educação Física.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) José do Patrocínio, as estudantes do 8ª ano tinham dificuldades em participar porque os meninos impediam sua participação. Segundo as estudantes, “os meninos queriam exclusividade na atividade”.
Além do preconceito dentro das quadras, as meninas sofriam com comentários desrespeitosos por parte dos meninos. No entanto, isso não era uma atitude consensual entre os garotos. João Pedro, estudante do 8º ano, foi um dos garotos que levantou a bandeira do respeito. Para ele, todos têm os mesmos direitos nas aulas de Educação Física.
O professor Lucio, da Sala de Leitura, declarou que “é inaceitável que, em pleno século XXI, o jovem ainda tenha esse tipo de mentalidade, ainda mais dentro da escola, um espaço de esclarecimento”.
A causa das meninas ganhou grande repercussão na escola e foi uma das pautas de Reunião de Classe. Os professores apresentaram a necessidade do debate em uma reunião com representantes dos estudantes, professores, direção e Comissão Mediadora de Conflitos. A reunião se deu em um clima de debate e foi alcançado o consenso de que as meninas podem, sim, jogar bola.
“Desde o 3º ano éramos sempre as últimas a serem escolhidas para o time. Agora, estamos conquistando o nosso próprio espaço”, disseram as alunas Heloísa, Karina e Bruna do 5º ano C.
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