Quem passa pelas avenidas Fagundes Filho, Doutor Ricardo Jafet e Teresa Cristina, estão sentindo falta das centenas de árvores que faziam parte do cenário das vias. Isso porque a construção de um piscinão interligado na bacia do córrego do Ipiranga, nas avenidas citadas, causou o corte, até o momento, de 367 árvores de grande porte, entre elas, pitangueiras, aroeiras-mansas, ingás do brejo e ipês-de-El-Salvador.
As espécies só podem ser lembradas em fotos ou através de alguns troncos já cortados que ainda são vistos no local. De acordo com a Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras), responsável pela obra, o corte foi autorizado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, por meio de um Termo de Compromisso Ambiental. Os trabalhos começaram em 21 de agosto de 2017. O custo da obra é de R$ 159 milhões.
As obras no local são para a construção de dois piscinões. Um em um lago e outro em duas alças de acesso da avenida Ricardo Jafet. Neste mês de outubro, mais árvores foram cortadas devido a uma mudança no projeto.
A ordem de serviço para execução dos projetos dos piscinões na região do Ipiranga, especialmente na avenida Doutor Ricardo Jafet, alvo de constantes inundações no verão, foi assinada em 2015. No entanto, a autorização para o início das obras só ocorreu em agosto de 2017. Além da construção do reservatório próximo ao viaduto Aliomar Baleeiro, com estrutura formada por dois compartimentos, o projeto contempla ainda a execução de 280 metros de galerias do córrego do Cacareco e 2.455 metros do córrego Ipiranga.
Os moradores e motoristas que estão acostumados a passar pelo local e observar centenas de árvores estão indignados. “Uma compensação ambiental não devolve o que foi retirado. Essas árvores foram mortas, isso é fato. Infelizmente a cidade não consegue acompanhar o crescimento urbano de maneira sustentável”, afirma José Eduardo, que mora no bairro da Saúde há 25 anos e teme o corte de novas árvores até o final da obra.
Em resposta a Prefeitura de São Paulo afirma que a pasta prevê a compensação ambiental com o plantio de outras 428 árvores nativas em canteiros próximos da área até a conclusão da obra, prevista para setembro do ano que vem.
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