O Mecanismo gera polêmica

A série O Mecanismo, dos cineastas José Padilha e Marcos Prado, tem chance de sair do serviço de streaming e ir para a tela da TV. Existem conversas a respeito entre canais pagos e a Netflix. Há um precedente dessa transição de conteúdo da internet para a televisão: House of Cards, sobre um político corrupto e assassino que chega à Casa Branca, é exibida com sucesso no Paramount Channel desde março de 2017.
A transmissão da produção sobre os bastidores da Operação Lava Jato ocorreria somente depois do segundo turno eleitoral, em novembro, a fim de não exercer qualquer influência no resultado das urnas. A curiosidade e a controvérsia em torno da atração geram potencial de boa audiência e alto faturamento em eventual transmissão televisiva.
Desde a estreia na Netflix, há dez dias, O Mecanismo gerou turbilhão de críticas, acusações e protestos – e valiosa publicidade espontânea na mídia e na internet. Houve até proposta de cancelamento coletivo de assinatura por quem enxergou ‘fake news’ e manipulação de informações com interesse político no roteiro da série.
Ao ficcionalizar a participação dos ex-presidentes Lula e Dilma num gigantesco esquema de desvio de dinheiro público, O Mecanismo desagradou especialmente políticos e militantes de esquerda. Para rebater quem o acusa de partidarizar a corrupção, Padilha publicou texto na edição de domingo (1º de abril) da Folha de S. Paulo no qual insiste que O Mecanismo é uma “dramatização inspirada em um conjunto de acontecimentos reais”. No mesmo artigo, ele critica os “violentos e desonestos” posts disparados contra “os atores e autores” da série.
Sob queixas e até ameaças de processo, a Netflix passou a concorrer com a Globo no ranking de veículos de comunicação mais odiados do País. Na tentativa de não se comprometer nessa guerra ideológica, a provedora de conteúdo afirma apenas que é “uma série dramática de ficção inspirada em eventos reais ocorridos no Brasil”.

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